Ronaldo e Liverpool brilham na Liga dos Campeões
5 de abril de 2018Juventus 0 - 3 Real Madrid
Tal como na final da Liga dos Campeões da última época, foi categórica a vitória do Real Madrid sobre a Juventus. O internacional português Cristiano Ronaldo abriu e deu seguimento à vitória do Real em Turim. O defesa brasileiro Marcelo fechou a contagem em 0-3. O Real Madrid tem 99% da eliminatória ganha. A segunda mão joga-se no Santiago Bernabéu, na próxima quarta-feira (11.04).
Sr. Liga dos Campeões
Melhor jogador da Europa. Melhor jogador do Mundo. Melhor marcador da história da Liga dos Campeões. Recordes atrás de recordes. Já começam a escassear adjetivos e termos que expliquem os números de Cristiano Ronaldo. Mais dois golos. Já são dez jogos seguidos a marcar na "Champions", um feito inédito. Exibição sólida com dois golos fantásticos e uma oportunidade perdida na cara de Buffon, que Ronaldo não costuma perdoar.
Juventus não foi à "prova Dybala"
Numa noite em que era importante defender muito bem e atacar ainda melhor, a Juventus não teve uma defesa concentrada e equilibrada, muito menos um Dybala inspirado. Quando se tem um Real Madrid desta qualidade, e claramente, talhado para jogar a Liga dos Campeões (é a equipa com mais provas ganhas: 12), é importante estar sempre focado em todos os momentos do jogo. Depois do Real ter marcado logo aos 3 minutos, a "Juve" nunca se conseguiu equilibrar defensivamente e atacou muito, mas acertou pouco.
Em 12 remates, apenas dois foram à baliza de Keylor Navas. Para além da ineficácia, Dybala apenas apareceu no jogo, já perto do final da primeira parte. Lance dúvidoso na área do Real. O árbitro decidiu admoestar o argentino com o cartão amarelo, por simulação de penálti. Dybala não soube reagir e na 2ª parte, uma entrada desnecessária, levou o segundo amarelo e foi tomar banho mais cedo. Missão quase impossível em Madrid na próxima quarta-feira (11.04).
Sevilha 1 - 2 Bayern de Munique
Grande jogo de futebol no Sánchez Pizjuán. Uma vitória sofrida do pentacampeão alemão, que pode agradecer à ineficácia do Sevilha, sobretudo na primeira parte. A experiência levou a melhor sobre a irreverência. Pablo Sarabia abriu o marcador para o Sevilha, ao minuto 31. Seis minutos depois, bola na própria baliza do Sevilha, por parte de Jesús Navas. Thiago Alcântara completou a cambalhota bávara no marcador, na segunda parte, ao minuto 68. Segunda mão joga-se na próxima quarta-feira (11.04).
Grande exibição do Sevilha na primeira parte. Uma equipa destemida, acutilante no ataque mas com pouco acerto. Depois de um empate desapontante - dominou e controlou o jogo até aos últimos 10 minutos - a duas bolas com o Barcelona, no último fim-de-semana, a equipa espanhola parece ter tremido na hora de finalizar. Pablo Sarabia abriu o marcador depois da meia-hora de jogo, já depois de alguns ataques prometedores, mas sem êxito. Ainda antes do intervalo, o Sevilha introduziu a bola na própria baliza e ofereceu de bandeja o empate ao Bayern.
Na segunda parte, o meio-campo perdeu capacidade de pressão e reação à perda de bola. O Sevilha acabaria por sofrer o 1-2 e perder o jogo. Nada está perdido, muito menos para uma equipa que foi a Manchester derrotar o United por 1-2. Muito díficil, mas não irrepetível.
O Bayern de Munique deu 45 minutos de avanço ao Sevilha, mais por mérito dos espanhóis do que por mérito dos pentacampeões alemães. Jupp Heynckes apostou num meio-campo titular mais musculado, com a aposta em Vidal e o relegar de James Rodríguez para o banco. Esta mudança deve-se ao facto de o Sevilha jogar com dois médios defensivos muito fortes, como N´Zonzi e Pizarro.
Depois de terminar a primeira parte com uma igualdade sorridente, a uma bola, Jupp decidiu colocar Robben e James. Soltaram a equipa, com mais creatividade na zona central, e e tiraram proveito do desgaste do meio-campo do Sevilha, que tinha corrido muito no sábado, frente ao Barcelona, e na primeira parte com o Bayern. Vitória da experiência sobre a irreverência. Eliminatória bem encaminhada mas o Sevilha já demonstrou que é perigoso a jogar fora de portas.
Liverpool 3 - 0 Manchester City
Um dos jogos mais aguardados acabou com o resultado menos esperado. O Liverpool "vulgarizou" o Manchester City e venceu os "citizens" pela segunda vez esta temporada. Moh Salah abriu a contagem logo aos 12 minutos. Oxlade-Chamberlain fez o 2-0 ao minuto 21. Dez minutos depois, Sadio Mané carimbou um redondo 3-0 e ofereceu uma margem confortável e díficil de reverter na segunda mão, na próxima terça-feira (10.04.).
45 minutos quase perfeitos do Liverpool. Três golos em menos de 20 minutos e podiam ter sido mais. A contra-pressão de Jürgen Klopp define-se, falando muito resumidamente, em três fatores:
- zonas de pressão: pressionar em forma de "teia" aos construtores de jogo mais recuados;
- largura da equipa reduzida: a equipa tem de estar muito próxima, de modo a não deixar espaços entre linhas e a obrigar jogo aéreo e menos pensado;
- posse de bola dinâmica e vertical - receber e distribuir na frente, de preferência para os médios mais colados à linha, que irão deambular para o meio, depois do avançado fazer de pivô ofensivo e abrir espaços com os seus movimentos.
Este esquema foi utilizado no Mainz, no Borussia de Dortmund e agora no Liverpool. Por onde passou, Klopp nunca foi o favorito a ganhar, mas sempre o preferido dos adeptos do futebol. Coincidência ou não, esta tática encaixa, quase que de forma exclusiva, ao estilo de posse de bola das equipas de Pep Guardiola. E ontem (04.04), foi o que aconteceu. Destaque para Henderson e Milner que correram o campo todo e com critério, e "invadiram" o espaço de construção do City, que levou a muitas perdas de bola e contra-ataques rápidos, que ditaram os três golos do Liverpool.
Há plano B?
Já não é a primeira vez que o esquema de posse de bola contínua de Pep Guardiola é derrubado. Maioria das vezes, os adversários recorreram a uma maior contingência defensiva, recuando as linhas de pressão, criando duas linhas defensivas (uma no meio-campo, outra no setor defensivo) e aumentando o número de jogadores no processo defensivo, abdicando muito de acatar.
No entanto, este estilo de jogo de Klopp é diferente daquilo que Pep "tem apanhado pelo caminho". Nunca foi muito discutida a abordagem tática de Guardiola. É uma estratégia que já deu inúmeros títulos. No entanto, já há muito que falta um plano B ao técnico espanhol. E ontem, mais uma vez, faltou esse outro plano.
A equipa, a perder por 3-0, apenas mudou o comportamento emocional, mas não tático. Como conseguirá reverter a decisão dentro de uma semana?
Barcelona 4 - 1 AS Roma
Vitória categórica e tranquila do Barcelona em Camp Nou. Ainda para mais quando o adversário não dá uma, mas sim duas ajudas. Os primeiros golos da partida foram da autoria da Roma, mas na própria baliza. Primeiro, De Rossi (38´) e depois Manolas (55´). O Barcelona aproveitou e Piqué ampliou quatro minutos depois, para 3-0. Edin Džeko ainda reduziu para 3-1, mas Luis Suárez matou o jogo em 4-1, a três minutos dos 90.
Boa vitória do Barcelona em casa, perante a Roma. Depois do jogo menos conseguido para o campeonato, frente ao Sevilha, os culés goleaream os romanos e estão embalados para as meias-finais. Com o campeonato quase resolvido (nove pontos de avanço sobre o Atlético de Madrid e 13 do Real Madrid), Messi e companhia irão querer atacar a "Champions", três anos depois da última conquista.
Edin Dzeko foi o rosto da vontade de deixar uma boa imagem em Camp Nou. Não é para todos marcar três golos em Camp Nou. O problema é que dois foram na própria baliza. Exibição possível da Roma no terreno do Barcelona. Mérito para os romanos que fizeram uma grande fase de grupos, onde venceram o grupo onde estavam Chelsea e Atlético de Madrid. E depois de uma passagem, com sacríficio, nos "oitavos", frente ao Shakhtar Donetsk, de Paulo Fonseca, os romanos eram "outsiders" (juntamente com o Sevilha) nos quartos-de-final da prova milionário.
Veremos se os itlianos irão deixar uma imagem positiva no Olímpico de Roma, na próxima terça-feira (10.04).