Rússia começa vacinação contra Covid-19 em setembro
16 de agosto de 2020Em declarações à agência oficial russa RIA Novosti, citada pela EFE, o cientista que desenvolveu a primeira vacina registada no país contra a covid-19, a "Sputnik V", indicou que nos próximos sete ou dez dias terão início os estudos, após o registo da vacina pelo Ministério da Saúde russo, em que serão vacinadas dezenas de milhares de pessoas.
"Aparentemente, o Departamento de Saúde de Moscovo planeia incluir nessas dezenas de milhares de pessoas médicos que trabalham na 'zona vermelha' (onde tratam os pacientes mais graves vítimas da Covid-19). E isso está completamente correto”, adiantou.
Alexandr Guinzburg assinalou que os estudos terão a duração de entre quatro e seis meses, o que não será um obstáculo para o início da vacinação em massa da população, que, como já declararam as autoridades do país, será voluntária.
"A vacinação em massa vai começar com algum atraso, porque a maioria das vacinas já produzidas será usada nos estudos. As restantes destinar-se-ão aos cidadãos. O atraso pode ser de duas ou três semanas, talvez um mês”, explicou o investigador.
OMS cautelosa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu com cautela a notícia de que a Rússia havia registado a primeira vacina do mundo contra a covid-19, alertando que esta, como as demais, deve seguir os procedimentos de pré-qualificação e revisão estabelecidos pelo organismo.
A vacina russa não estava entre as seis que a OMS considerou na semana passada estarem em fase mais avançada.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira (14.08) que a Rússia "saltou alguns ensaios" durante o desenvolvimento da vacina e garantiu que o seu país não fará o mesmo.
O diretor dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, Francis Collins, chegou a comparar a uma "roleta russa" a decisão dos investigadores que desenvolveram a vacina na Rússia, por saltarem aquilo que ele descreveu como "partes fundamentais" do processo de aprovação.
A pandemia de Covid-19 já fez pelo menos 766.228 mortes em todo o mundo desde que foi comunicado na China o surto da doença, no final de dezembro, segundo o balanço de hoje da France-Presse (AFP) a partir de fontes oficiais.
Foram oficialmente relatados mais de 21.500.350 casos de infeção, em 196 países e territórios, dos quais pelo menos 13.205.100 são agora considerados curados, segundo a agência de notícias francesa.