Rússia reforça ataques face a ofensiva da Ucrânia
31 de julho de 2023O ministro da Defesa da Rússia disse esta segunda-feira (31.07) que a intensidade dos ataques às "instalações militares ucranianas" aumentou, em resposta a ataques contra território russo, após mísseis russos destruírem instalações civis na terra natal do Presidente ucraniano.
"A intensidade dos ataques às instalações militares ucranianas, incluindo aquelas que apoiam esses atos terroristas, aumentou dramaticamente", explicou o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, comentando os recentes ataques de drones na península anexada da Crimeia e em vários locais da Rússia, incluindo Moscovo, realizado no domingo.
"Perante a evolução da situação, medidas adicionais foram tomadas para melhorar as defesas de contra-ataques aéreos e marítimos", assegurou Shoigu, acrescentando que a contraofensiva ucraniana está a ser mal sucedida e que as armas ocidentais fornecidas a Kiev não estão a produzir efeito, "apenas estão a prolongar o conflito".
Ataques de drones ucranianos
As autoridades da Rússia afirmaram este domingo que registaram um ataque com um drone ucraniano perto da cidade de Taganrog, na região de Rostov, no sul do país, junto ao mar de Azov, sem registo de vítimas. O governador da região, Vasili Golubev, disse no domingo à noite que o veículo aéreo não tripulado caiu numa área rural, onde causou danos ao telhado de uma habitação e a um automóvel.
Horas antes, a Rússia anunciou que tinha repelido dois ataques de drones ucranianos durante a madrugada, um na península ucraniana da Crimeia, anexada por forças russas em 2014, e outro em Moscovo.
Na capital russa, cujo aeroporto internacional foi temporariamente encerrado, foram danificadas duas torres de escritórios no principal distrito comercial da cidade. O Ministério da Defesa da Rússia informou que o ataque a Moscovo envolveu três drones, um dos quais foi abatido e os outros dois neutralizados por via eletrónica.
Mortos e feridos em novo ataque russo na Ucrânia
Já esta segunda-feira, um ataque russo contra um edifício de apartamentos na cidade de Kryvyi Rig, no centro da Ucrânia, fez quatro mortos, segundo o mais recente balanço das autoridades ucranianas. O ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, declarou ainda que 43 pessoas ficaram feridas no ataque.
"Os russos atingiram a cidade com dois mísseis", um dos quais destruiu vários andares de um "edifício residencial", afirmou Klymenko na rede social Telegram. O ministro ucraniano acrescentou que três residentes foram resgatados e 30 pessoas foram retiradas do local. Uma criança de 10 anos está entre os mortos, declarou o governador da região de Dnipropetrovsk, Sergey Lyssak.
Um segundo míssil atingiu o edifício de uma instituição educacional, segundo o ministro do Interior. "Os mísseis atingiram prédios residenciais, um prédio universitário e um cruzamento. Infelizmente, há mortos e feridos. Pode haver pessoas sob os escombros", referiu o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na rede social Facebook, denunciando o "terrorismo russo".
"A guerra está a chegar à Rússia"
Zelensky e altos oficiais militares ucranianos reconheceram nos últimos dias que a contraofensiva está a avançar mais lentamente do que o esperado, devido às medidas defensivas adotadas pela Rússia nos territórios que tem vindo a conquistar ao longo do conflito.
Ainda assim, o Presidente ucraniano avisou no domingo que a guerra está a chegar "à Rússia e aos seus centros estratégicos e bases militares".
"Gradualmente, a guerra está a regressar ao território da Rússia, aos seus centros simbólicos e bases militares. E este é um processo inevitável, natural e absolutamente justo", disse o líder ucraniano, de visita à cidade de Ivano-Frankivsk, no oeste do país.
"A Ucrânia está a ficar mais forte", acrescentou Zelensky sobre os ataques de drones, acrescentando de seguida que a Ucrânia se deve preparar para novos ataques contra as suas infraestruturas de energia, no próximo inverno.
"É óbvio que neste outono e inverno o inimigo tentará repetir os ataques terroristas contra a indústria energética ucraniana", explicou o Presidente ucraniano.