São Tomé e Príncipe: Ação contra Covid-19 afeta comércio
18 de março de 2020As autoridades de São Tomé Príncipe temem a disseminação do coronavírus no arquipélago de 200 mil habitantes. O Presidente Evaristo de Carvalho decretou a proibição da entrada no território são-tomense de voos charter, tripulantes de navios mercantes e passageiros de navios cruzeiros partir desta quinta-feira (19.03).
O ingresso de cidadãos nacionais e estrangeiros será autorizada mediante a certificação negativa dos testes para covid-19. O Governo também suspendeu as aulas por tempo indeterminado nos estabelecimentos de ensino públicos e privados.
"Entre as recomendações do comité de crise, desanconselhamos de forma muito séria a deslocação a São Tomé e Príncipe de cidadãos estrangeiros por razões de turismo ou outra atividade qualquer que o país não considere essencial”, disse o ministro da Saúde Edgar Neves.
Mesmo sem registo de qualquer caso de infeção, foi criado um comité de crise liderado pelo primeiro-ministro Jorge Bom Jesus.
Impacto económico
O comércio em São Tomé e Príncipe é abastecido basicamente por mercadorias importadas da Europa. Bens de primeira necessidade começaram a sumir das prateleiras dos supermercados e lojas.
Com vista a evitar a especulação de preços e a falta de géneros alimentícios, esta quarta-feira, a Direção do Comércio reuniu-se com importadores para conhecer a capacidade de estoque de alimentos.
O ministro Edgar Neves apelou à população para evitar eventos de grandes concentrações - como cerimónias religiosas, discotecas, atividades lúdicas e atividades desportivas.
"Já encomendamos kits para testagem da doença, os testes rápidos. Vamos fazer de tudo para que ele chegue o mais rápido possível. O fornecedor tem uma quantidade de pedido enorme o que pode atrasar a chegada da nossa encomenda”, disse.
Potencial de contenção
Sob vigilância epidemiológica há três semanas, o arquipélago constituiu equipas médicas rotativas no porto e no aeroporto, além de disponibilizar meios de higienização nas fronteiras. O maior receio das autoridades está na falta de meios para conter a propagação da infeção, associada também a problemas de saneamento.
A representante da Organização Mundial da Saúde no arquipélago, Annie Marie Ancia, alertou às autoridades para a implementação de medidas de fundo para não comprometer o futuro do país face à tenacidade da pandemia.
"O sistema de vigilância tem que ser reforçado rapidamente. O sistema da saúde é limitado, e temos que ver como outros setores podem apoiar o governo, caso esta doença entre aqui, para que haja uma resposta aos doentes”, alertou Ancia