Moçambique: SADC alerta para risco de expansão do terrorismo
5 de abril de 2022O secretário-executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Elias Magosi, defendeu esta terça-feira (05.04) estratégias para consolidar as conquistas alcançadas no combate ao terrorismo em Moçambique, alertando para o risco de expansão das ações terroristas para outros pontos da região.
"É necessário continuar a traçar estratégias e a trabalhar coletivamente para melhorar e consolidar as conquistas alcançadas na área da paz e segurança regional, uma vez que a dinâmica dos atos de terrorismo e extremismo violento é de constantes mudanças e tem potenciais efeitos de expansão", disse Elias Magosi, citado num comunicado da SADC emitido após o Comité Ministerial Extraordinário da Troika do Órgão da SADC, que decorreu no domingo em Pretória, na África do Sul.
Além de defender estratégias para consolidar as conquistas alcançadas pelas forças da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, em inglês) em Cabo Delgado, os ministros dos países membros da organização destacaram a necessidade de uma abordagem holística, que inclua ações para apoiar as populações afetadas pelo conflito.
Missão deve coordenar apoio humanitário
"Os ministros orientaram o chefe do SAMIM, apoiado pelo quartel-general da Força e pelo Mecanismo de Coordenação Regional, a coordenar a assistência humanitária na área da missão para facilitar o apoio a deslocados internos e continuar a fornecer segurança a organizações que prestam assistência humanitária, particularmente em áreas de difícil acesso", acrescenta o comunicado da SADC.
Durante o encontro, presidido pela ministra das Relações Internacionais e Cooperação da República da África do Sul na sua qualidade de presidente do Comité, Naledi Pandor, os ministros dos países-membros da SADC também se congratularam com "o apoio financeiro da União Europeia ao SAMIM, no âmbito do Mecanismo de Resposta Antecipada da União Africana, que se concentra em intervenções não militares".
Há atualmente 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.