Chanceler alemão apoia inclusão da União Africana no G20
4 de maio de 2023O chanceler alemão Olaf Scholz aterrou na Etiópia esta quinta-feira (04.05), no início da sua viagem de três dias à África Oriental, que incluirá também uma visita ao vizinho Quénia.
A visita tem lugar numa altura em que a violência abala o Sudão e apenas seis meses depois de a Etiópia - o país africano com a segunda maior população a seguir à Nigéria - ter visto chegar ao fim a guerra civil de dois anos na região de Tigray, no norte do país.
É a segunda vez que Scholz se desloca a África desde que assumiu o cargo de chanceler. Adis Abeba, a capital da Etiópia, é também a sede da União Africana (UA), com 55 membros.
No Quénia, na sexta-feira, as discussões centrar-se-ão na energia verde, bem como nas consequências da guerra da Rússia na Ucrânia.
Apoio à União Africana
Scholz elogiou as "intensas" discussões sobre a promoção da "paz e estabilidade" no continente e as conversações com o presidente da UA, Moussa Faki Mahamat, centraram-se nos conflitos em África, especialmente na questão da manutenção da paz no Sudão. O chanceler prometeu a ajuda da Alemanha para encontrar uma solução pacífica.
O chefe do Governo alemão disse ainda aos responsáveis da UA que têm o seu total apoio para obter um lugar no G20. "O respeito pelo continente, pelos seus muitos países e pela sua população em crescimento" exige que estes tenham uma voz, afirmou.
"Sinto que há um crescente apoio a isso e conseguimos também garantir que se concretizará num futuro não muito distante. Para mim, seria algo que muito me alegraria", acrescentou.
Acompanhado por representantes de empresas alemãs, Scholz também procurará reforçar o papel da Alemanha como parceiro fiável para contrariar a crescente influência chinesa na região.
Scholz afirmou que a segurança alimentar é uma questão fundamental e garantiu que a Alemanha vai apoiar todas as medidas para acabar com a dependência de África da importação de fertilizantes.
A guerra na Ucrânia e as consequências para África
O chanceler também levantou a questão do apoio à Ucrânia na sua guerra contra a Rússia. O conflito não é apenas uma ameaça à segurança na Europa, mas também a nível mundial, afirmou.
"Não podemos aceitar que um país maior invada um vizinho mais pequeno e anexe parte do seu território", disse aos jornalistas. "A paz global baseia-se no conceito de que nenhuma ambição revisionista leva a tentativas de redesenhar fronteiras pela força."
A guerra também teve consequências para os africanos, acrescentou. "É por isso que continuamos a apoiar a ONU na questão da segurança alimentar, das exportações de cereais e dos fertilizantes".
Segundo o deputado alemão Michael Roth, do Partido Social-Democrata (SPD), a viagem à África Oriental tem como objetivo dar um "sinal claro de que a Alemanha e a Europa não estão apenas ocupadas com a invasão russa da Ucrânia, mas que também estão a tomar medidas para a paz e a estabilidade em todo o mundo".