Seropositivos sem acesso a medicamentos vitais em Malanje
12 de março de 2015"Vamos, num dia, ao centro de saúde e dizem-nos que não têm medicamentos. Regressamos no dia seguinte e também não têm. Como é que podemos viver assim?", pergunta Isabel, de 41 anos, que descobriu que estava infetada com o vírus da SIDA há cinco anos.
Isabel conta que, no mês passado, teve várias recaídas, tendo sido internada em três ocasiões por falta de anti-retrovirais e outros medicamentos complementares. Neste momento, ela não sabe o que fazer. Os medicamentos são essenciais à sua sobrevivência. "Estamos bastante preocupados com toda esta situação", diz.
Milhares de pessoas sem anti-retrovirais, diz ONG
O caso desta paciente de Malanje não é único. Mais de 2.400 pessoas, incluindo crianças, estão sem acesso a medicamentos, denuncia Gonçalves Ngonga, coordenador da "Rede de Pessoas Vivendo com o VIH/SIDA".
Esse é o número de pessoas que têm sido acompanhadas pela organização não-governamental dedicada à defesa e ao acompanhamento de seropositivos. Ngonga diz que, nas unidades sanitárias da província angolana, não há quaisquer anti-retrovirais ou materiais para a testagem do vírus. Segundo ele, a situação arrasta-se desde dezembro de 2014.
"Como é que alguém, que depende destes medicamentos, pode estar um mês sem os tomar?" Gonçalves Ngonga diz que este é um atentado à saúde pública.
A DW África contactou a diretora provincial de Saúde de Malanje, Lazina Vera Cruz. Mas a responsável não atendeu os telefonemas nem respondeu às nossas mensagens.