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SIDA é a primeira causa de mortalidade em África

Joyce Copstein / Fernando Caulyt1 de dezembro de 2014

Esta segunda-feira, Dia Mundial da Luta Contra a SIDA, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos líderes mundiais que se unam para acabar com a doença até 2030. África é o continente mais afetado pelo VIH.

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Foto: Ismael Miquidade

Em comunicado, Ban Ki-moon frisou o "enorme progresso" já alcançado, com uma diminuição de 38% nos novos casos desde 2001. Mas lembrou que os avanços ainda são frágeis e que as mulheres jovens estão particularmente vulneráveis em países com alta prevalência da epidemia.

Em África, o continente mais afetado pelo VIH, as preocupações dizem respeito à diminuição do suporte internacional para o combate à SIDA.

Em entrevista à redação brasileira da DW, o diretor executivo adjunto da ONUSIDA, Luiz Loures, afirma que, apesar de o continente estar à frente da resposta à doença, este não é o momento de baixar a guarda.

Dr. Luiz Loures
Luiz Loures, diretor executivo adjunto da ONUSIDAFoto: Getty Images/M. Kovac

"De uma forma geral, mesmo nesses países existem experiências muito positivas. Deixar de apoiar financeiramente a resposta à SIDA nesses países hoje vai significar que nós vamos ter que pagar um preço muito mais alto mais tarde", defende.

Segundo o diretor executivo, atualmente o gasto mundial com a SIDA é de aproximadamente 15 mil milhões de euros por ano e a tendência é de estabilização ou até mesmo de declínio deste valor. Ao mesmo tempo, estima que os gastos deveriam crescer para 30 mil milhões até 2020.

Entre as medidas que se fazem necessárias está a expansão do acesso a medicamentos, que entram no mercado com preços altos. Para isso, Luiz Loures diz que parte da solução está num debate renovado sobre as patentes. “Todos os que necessitam devem ter acesso ao tratamento. O preço não pode ser uma barreira. Isso é uma questão de equidade", sublinha.

Trinta e cinco milhões de infetados

Atualmente, segundo a ONU, há 35 milhões de infetados em todo o mundo, dos quais 19 milhões não sabem que têm o vírus. A ativista queniana Evely Simaloi encoraja as pessoas a lidarem com a doença.

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Portadora do vírus há 16 anos, apenas nos últimos dois anos ela conseguiu aceitar e aderir ao tratamento. "Comecei a terapia antirretroviral e as coisas começaram a mudar no meu corpo. Fisicamente e, também emocionalmente, eu comecei a curar-me".

Evelyn Simaloi utiliza o Facebook para consciencializar sobre a importância do tratamento e também ajuda grávidas com VIH a terem bebés sem o vírus.

Moçambique: SIDA longe da estabilização

Graças aos serviços de prevenção da transmissão de mãe para filho, os países africanos têm conseguido reduzir o número de novos casos, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Em Moçambique, a queda foi de 57% na quantidade de crianças até 15 anos infetadas entre 2005 e 2013. Mas, a nível geral, a doença não está a regredir no país, nem está perto de se estabilizar. Atualmente, ela atinge 11,5% da população, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Esta segunda-feira (01.12), o Presidente moçambicano, Armando Guebuza pediu o envolvimento de todos para reduzir a SIDA entre a juventude, especialmente entre as raparigas.

Welt-AIDS-Tag 01.12.2014 Indien
Atualmente há 35 milhões de infetados em todo o mundo, segundo a ONUFoto: Reuters/R. De Chowdhuri
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