Sismo: Pelo menos 5 mil mortos, ajuda começa a chegar
7 de fevereiro de 2023O balanço provisório dos sismos ocorridos na segunda-feira (06.02) na Turquia e na Síria aumentou para mais de cinco mil mortos, enquanto decorrem as operações de resgate nos escombros dos edifícios destruídos nos dois países.
O vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, disse esta terça-feira (07.02) que o número de mortos em território turco aumentou para 3.419 e que 20.534 pessoas ficaram feridas.
As últimas informações fornecidas pelo vice-presidente turco fazem aumentar para 5.021 o número de vítimas mortais no conjunto dos dois países, visto que a Síria confirmou a morte de 1.602 pessoas.
Na segunda-feira, um sismo de 7,8 na escala de Richter, seguido de mais de 600 réplicas fortes, algumas delas de 7,0 e 7,5 na mesma escala, atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria.
Ajuda começa a chegar
Os primeiros carregamentos de ajuda internacional começaram a chegar à Síria já esta terça-feira, num dia em que os socorristas continuam a procurar sobreviventes.
Vários países e organizações já se mostram solidários com o desastre natural que afetou esta região do Médio Oriente, prometendo ajuda. Esta terça-feira, aterraram em Damasco dois aviões iraquianos e um iraniano carregados de bens para os afetados pelos terramotos, os primeiros carregamentos da ajuda internacional recebidos pelo Governo sírio, segundo a agência de notícias oficial síria SANA.
Cada uma das duas aeronaves enviadas por Bagdad contém cerca de 70 toneladas de alimentos, materiais médicos e outra ajuda, com previsão de mais remessas, já que o país vizinho anunciou uma ponte aérea com essa finalidade, disse à SANA um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Osama Mahdi Ghanem.
Parte das áreas afetadas estão nas mãos do Governo de Bashar al Asad e outras pertencem à oposição, nas províncias de Idlib e norte de Aleppo. A estas últimas não se prevê a chegada da ajuda enviada durante a noite para o aeródromo da capital , controlado por Damasco.
Também esta terça-feira partirá para a Síria um comboio iraquiano com combustível, um bem escasso naquele país, que há vários meses sofre uma grave escassez de derivados de petróleo.
Segundo a agência de notícias oficial, também chegou ao Aeroporto Internacional de Damasco um avião do Irão, um dos principais aliados do governo sírio e que prometeu pelo menos outros dois carregamentos, que deveriam aterram diretamente nas províncias de Aleppo e Latakia, no noroeste, duas delas as mais afetados pelos terremotos.
"Esta aeronave transporta os primeiros lotes de ajuda humanitária fornecida pela República Islâmica do Irão e tem a bordo 45 toneladas de ajuda humanitária, incluindo cobertores, tendas, medicamentos, alimentos e outros mantimentos", disse à SANA o embaixador iraniano em Damasco, Mahdi Sobhani.
Réplicas e baixas temperaturas
Diversos países de todo o mundo enviaram equipas para ajudar nos esforços de resgate, mas um dia após o terramoto, seguido de diversas réplicas, o número de equipas de emergência no terreno permanece pequeno, com os esforços travados pelas temperaturas frias e cerca de 200 tremores secundários, que dificultaram as buscas.
Na província de Hatay, a sudoeste do epicentro do principal terramoto, as autoridades dizem que cerca de 1.500 prédios foram destruídos e muitas pessoas relataram que familiares ficaram presos sob os escombros.
Nas áreas onde as equipas trabalhavam, aplausos ocasionais irromperam durante a noite enquanto os sobreviventes eram retirados dos escombros.
A organização de assistência médica Médicos Sem Fronteiras confirmou que um dos seus funcionários estava entre os mortos, depois da sua casa, na província de Idlib, na Síria, ter desabado, e que outros perderam membros da família.
"Estamos muito chocados e tristes com o impacto deste desastre nas milhares de pessoas afetadas por ele, incluindo colegas nossos e suas famílias", disse Sebastien Gay, chefe da missão do grupo na Síria.
O responsável disse que as instalações de saúde no norte da Síria estavam sobrecarregadas com equipas médicas a trabalhar "24 horas por dia para responder ao grande número de feridos".
Na província de Hatay, na Turquia, milhares de pessoas abrigaram-se em centros desportivos ou salões de feiras, enquanto outras passaram a noite na rua, enroladas em cobertores à volta de fogueiras.