Situação na RDC e Guiné-Bissau discutidas em Luanda
30 de novembro de 2012Numa declaração subscrita pelos Estados-membros da Comissão do Golfo da Guiné (Angola, República Democrática do Congo, República do Congo, Camarões, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Nigéria e Gabão) após uma reunião de três dias (de 27.11 a 29.11) na capital angolana, apela-se aos Estados para "que tomem medidas e elaborem estratégias políticas" no sentido de travar o tráfico e produção de drogas, uma preocupação que afecta toda a região.
No discurso de abertura da conferência o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti considerou que a paz e a segurança são fatores preponderantes para a região do Golfo da Guiné, já por si "frágil e complexa" antes da intensificação da pirataria. Segundo o chefe da diplomacia angolana, entre os vários males que afetam a região do Golfo da Guiné estão as ações de pirataria e assaltos à mão armada, que, defendeu, devem ser combatidos a partir das suas causas, "que são normalmente encontradas em terra".
"Em muitos casos, pirataria e assaltos armados no mar são manifestações criminais das dificuldades económicas e da falta de oportunidades, colocando sérios desafios à efetiva aplicação da lei pelos países costeiros", referiu o ministro.
Angola aposta numa solução pacífica para a crise na RDC
Embora não surja no texto da declaração de Luanda, a situação na República Democrática do Congo foi amplamente discutida pelos países membros. George Chikoti defendeu que "é preciso encontrar-se solução pela via pacífica".
"Angola tem sido solicitada, mas ainda não definiu o tipo de ajuda que vai ao Congo", acrescentou o ministro, afastando para já a hipótese do envio de tropas. O que não significa que Angola não "participe com soluções coletivas adequadas para fazer face às ameaças ou conflitos que surgirem".
Pelo mesmo diapasão alinha o Secretário Executivo da comissão do Golfo da Guiné, Miguel Trovoada, "nos subscrevemos os esforços angolanos e dos países da região na procura de uma solução de paz"
A crise política na Guiné Bissau foi igualmente assunto aflorado nesta conferência. Segundo apurou a DW África uma comissão da organização vai avaliar a situação naquele país lusófono. "No caso da Guiné-Bissau ainda não há um processo de paz, mas há uma intenção de todos os parceiros da Guiné avançarem com propostas após uma visita ao país, que ainda não sei quando irá ter lugar", afirmou Georges Chikoti.
Autor: António Carlos Moura (Luanda) / LUSA
Edição: Helena Ferro de Gouveia / António Rocha