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80 vítimas mortais na explosão ocorrida em Tete

Amós Fernando (Tete)
21 de novembro de 2016

As causas da explosão do camião-cisterna na quinta-feira (17.11.) na província de Tete, permanecem incertas. O número de mortos subiu para 80 disse Verónica de Deus - diretora do hospital provincial de Tete.

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Mosambik Explosion in Tete
Familiar junto ao caixão de uma das vítimas da explosãoFoto: DW/A. Zacarias

Moçambique cumpriu esta segunda-feira (21.11.) o terceiro e último dia de luto nacional decretado pelo Governo, que também nomeou uma comissão de inquérito para averiguar as causas da tragédia ocorrida em Tete na semana passada.

Cinco dias depois, continua a aumentar o número de vítimas mortais da explosão de um camião-cisterna, na localidade de Caphirizange, no distrito de Moatize em Tete. As autoriades sanitárias da província falam de 80 óbitos, dos quais 12 são crianças em idade escolar.

"A situação continua crítica. Neste momento temos 64 acidentados internados. Destes 35 em estado grave, entre eles está uma mulher grávida e uma criança. Nas últimas 24 horas registamos sete óbitos, totalizando 80”, disse Verónica de Deus - diretora do hospital provincial de Tete."Ferimentos e queimaduras muito graves"

Mosambik Explosion in Tete
Pessoas choram os seus familiares que morreram na explosãoFoto: DW/A. Zacarias

Verónica de Deus alerta que o estado de alguns acidentados internados naquela unidade sanitária inspira cuidados redobrados.

A responsável garante ainda que "os ferimentos e queimaduras são muito graves. A superfície corporal afetada por queimaduras é extensa acima de 50 por cento e outros acima de 80 por cento e isso é muito grave”, observou Verónica de Deus.

Cesartino Sabonete, de 42 anos, perdeu um filho de 13 anos, e o enterro foi realizado no último sábado (19.11.), no cemitério de Caphirizange e a mulher está internada.

"Assim estou a espera da minha esposa que está no quarto do hospital”, disse Sabonete desesperado, "não sei como vai ser a frente”, contou Sabonete.
Sabonente está entre as dezenas de pessoas que a DW África encontrou na tarde desta segunda-feira, no recinto do hospital provincial de Tete, onde desesperadamente esperam por notícias dos seus familiares internados naquela unidade sanitária.

Mosambik Explosion in Tete
Camião-cisterna depois da explosãoFoto: DW/A. Zacarias

Aurélio Pembulane de 35 anos, tem um filho de 10 anos idade, entre as 64 vítimas em tratamento na maior unidade sanitária de Tete. O menor está nos cuidados intensivos.

"Está mal. Não tem nenhum sucesso. Até agora é só rezando a Deus, porque não se sabe se vai recuperar ou não”, disse em entrevista à DW-África Pembulane.

Ainda desconhecidas as causas da explosão

Mosambik Explosion in Tete
Foto: DW/A. Zacarias

Estão ainda por esclarecer as reais causas do incidente de Caphirizadje, onde atualmente se encontra uma equipa de peritos, segundo Carmelita Namashulua, ministra moçambicana da Administração Estatal e Função Pública. "Apenas há elementos soltos que os próprios cidadãos vão reportando quando se está no terreno. Essa comissão de inquérito é que vai apurar o que efetivamente aconteceu”, afirmou.

Das várias hipóteses que já foram levantadas, Carmelita Namashulua avançou no domingo (20.11.) em conferência de imprensa o seguinte, "o que nos foi dito é que efetivamente algumas pessoas tentaram furar o tanque (cisterna), e porque ocorrera no dia anterior  um curto circuito, as condições estavam criadas para que houvesse aquela explosão”, disse.

O Governo e organizações da sociedade civil juntaram esforços para a realização condigna dos funerais dos perecidos na explosão enquanto uma comissão foi criada pelo Governo para assegurar que a desintegração das famílias não conduza os sobreviventes para um caos social.

Local com muitos assaltos aos camionistas
Uma comissão de apoio social está a fazer um levantamento das necessidades e o Governo está preparado para intervir de acordo com as condições existentes no terreno e a veracidade dos factos, destacou a ministra Namashulua.

21.11.2016 Atualização - Acidente - MP3-Mono

A comunidade de Caphirizadje onde ocorreu o incidente era já conhecida pelos camionistas de longo curso, como local onde ocorrem muitos assaltos aos veículos que transportam várias mercadorias. Este cenário é de conhecimento das autoridades, conforme disse a ministra Carmelita Namashulua. A governante garantiu que há já um trabalho para garantir ordem e tranquilidade naquele local.

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