1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
DesastresMoçambique

Sofala: Alunos falham exames devido ao ciclone Eloise

Arcénio Sebastião (Beira)
26 de janeiro de 2021

No centro de Moçambique, milhares de alunos da 7ª classe não puderam realizar os exames por causa do ciclone tropical Eloise. Muitas escolas ficaram inundadas. Outras estão a servir de abrigo para famílias deslocadas.

https://p.dw.com/p/3oSHn
Fotografia de arquivoFoto: Marcelino Mueia/DW

Na cidade da Beira, Valentim conseguiu realizar o exame de português da 7ª classe na segunda-feira (25.01), dois dias depois da passagem do ciclone Eloise.

"Senti-me incrível, eu sei que a minha nota vai ser a máxima", contou orgulhoso à reportagem da DW África.

No entanto, milhares de outros alunos não puderem fazer o exame, porque as suas escolas ficaram inundadas ou estão a servir de abrigo temporário às muitas famílias que viram as casas destruídas, devido às fortes rajadas de vento e precipitação.

Foi o que aconteceu nos distritos de Búzi, Machanga e Nhamatanda.

"Todas as escolas da vila sede de Búzi estão inundadas, e mais localidades estão a mover as pessoas para Guara-Guara. Em Machanga, a diretora disse-me a mesma coisa, que está tudo inundado, não tinha como transitar de um lugar para outro", explica o diretor provincial da Educação em Sofala, Tomás Viageiro.

Segundo o responsável, há localidades que estão incomunicáveis desde sábado, e é preciso evitar ao máximo colocar as crianças em risco.

Centros de acolhimento

A prioridade neste momento é apoiar as famílias desalojadas e levar as pessoas para zonas seguras. Com a passagem do ciclone Eloise, mais de oito mil pessoas ficaram sem teto, no centro de Moçambique. Pelo menos 176 mil pessoas foram afetadas.

Tomás Viageiro refere que algumas escolas estão a servir de centros de acolhimento transitórios para os deslocados, algo que também impede a realização dos exames nestes lugares. No entanto, já foram apontadas alternativas, segundo o diretor provincial da Educação.

"Nós já havíamos feito um plano para as escolas que não reunissem condições, seja por estarem danificadas ou por servirem de centros transitórios de acomodação das famílias que sofreram o impacto de ciclone", informou. "Os estudantes foram avisados com antecedência para se deslocarem para as escolas próximas, para poderem realizar os exames".

Contudo, se os alunos falharem a segunda chamada, prevista para o início de fevereiro, poderão ser submetidos a exames especiais, numa data ainda a anunciar.

Ciclone deixa mais de 8 mil deslocados em Moçambique