Somália prende quatro suspeitos de ataques terroristas
22 de outubro de 2017O ministro de Segurança da Somália, Islow Dualle, informou este domingo (22.10) que foram presos quatro suspeitos de terem participado do atentado com um camião armadilhado que deixou 358 mortos na semana semana em Mogadíscio.
Dois ataques foram realizados na capital somali no último sábado (17.10). O primeiro foi próximo ao hotel Safari, no centro da cidade, numa região que concentra hotéis, restaurantes e sedes de escritórios governamentais, e o segundo no distrito de Wadajir.
Segundo Ministério de Informação da Somália, 228 pessoas ficaram feridas e 56 estão desaparecidas. Os feridos graves – ao todo 122 – foram transportados para países como Turquia, Quénia e Sudão para receber tratamento médico.
Os suspeitos seriam o motorista do veículo que explodiu no segundo ataque, o responsável por facilitar o acesso de um dos camiões armadilhados na cidade e outras duas pessoas relacionadas ao atentado. O ministro de Segurança disse que as investigações estão em andamento e que dará mais detalhes sobre o caso nos próximos dias.
Guerra contra o Al-Shabab
O Governo da Somália anunciou estar preparado para lançar operações militares contra o grupo terrorista Al-Shabab, que é apontado como responsável pelos ataques, apesar de não ter assumido a autoria.
O Presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, convocou uma reunião de emergência com seus ministros para o próximo sábado, com o objetivo de debater reformas políticas e de segurança para combater o grupo jihadista. O Governo da Somália pretende declarar "estado de guerra" contra o Al-Shabab e espera receber o apoio dos Estados Unidos na ofensiva militar.
O porta-voz do exército somali, Abdullahi Iman, afirmou que a ofensiva vai envolver milhares de tropas que vão tentar retirar extremistas do Al-Shabab das regiões de Shabelle, de onde se acredita que foram lançados vários ataques contra Mogadíscio e bases da União Africana.
O grupo terrorista Al-Shabab, que em 2012 se filiou à Al Qaeda, controla parte do território da região central e sul do país. O objetivo dos extremistas é instalar um Estado islâmico de orientação wahabita na Somália.
O ataque a Mogadíscio foi um dos mais mortais na África Subsaariana, maior do que o perpetrado na Universidade de Garissa, no Quénia, em 2015, e os ataques às embaixadas dos Estados Unidos no Quénia e na Tanzânia, em 1998.