SPD aceita negociar coligação de Governo na Alemanha
21 de janeiro de 2018Dos 642 delegados no congresso do partido, em Bona, 362 votaram a favor de lançar negociações formais com a União Democrata Cristã (CDU) de Angela Merkel e a sua irmã bávara, a União Social Cristã (CSU), após as inconclusivas eleições legislativas de 24 de setembro.
Espera-se que as conversações arranquem já esta semana, em mais um passo para pôr fim a meses de incerteza política. No entanto, o acordo que resultar das negociações para uma coligação terá ainda de ser votado pelos 440 mil membros do SPD, que irão decidir se a chamada "grande coligação” dos principais partidos da Alemanha é finalmente estabelecida.
Merkel já disse que quer concluir as negociações até 12 de fevereiro. Se forem bem sucedidas, e a chanceler obtiver a maioria absoluta necessária no Parlamento para manter a sua posição, poderá dar início ao seu quarto mandato antes da Páscoa – meio ano após as eleições, o mais longo período em que a Alemanha esteve sem Executivo.
Demasiadas concessões?
Muitos membros do Partido Social Democrata (SPD) acreditam que a formação política deveria passar para a oposição para dar uma oportunidade aos sociais-democratas de se reorganizarem e ganharem fôlego depois de obterem o seu pior resultado desde 1949 no escrutínio de setembro.
Os opositores afirmam que mais quatro anos numa parceria de Governo com a CDU/CSU poderão pôr fim a qualquer individualidade do SPD, partido mais à esquerda. Os críticos de uma coligação renovada também não estão satisfeitos com as concessões do líder do partido, Martin Schulz, nas conversações preliminares com Angela Merkel.
A moção aprovada este domingo inclui referências à obtenção de melhorias ao documento saído das conversações preliminares com vista a concessões dos conservadores quanto às políticas de trabalhom, saúde e migração.
"Vamos lutar por mais melhorias nas negociações de coligação, se formos em frente”, disse Schulz antes da votação no congresso em Bona.
O SPD já foi parceiro em duas "grandes coligações” com os conservadores, entre 2005 e 2009, e desde 2013.