Sudão do Sul: Será este o acordo da paz?
26 de julho de 2018O acordo entre o Presidente sul-sudanês Salva Kiir e o líder do grupo rebelde Riek Machar foi anunciado em Cartum, capital do Sudão, que desde junho tem acolhido as reuniões com vista à paz no Sudão do Sul.
"Segundo este acordo, o Presidente Salva Kiir vai liderar o Governo do Sudão do Sul durante o período de transição e o Dr. Riek Machar será o primeiro vice-presidente durante o período de transição. Além do Dr. Riek Machar, haverá mais quatro vice-presidentes de todos os partidos políticos", explicou Al-Dirdiri Mohamed Ahmed é o Ministro do Negócios Estrangeiros do Sudão.
Acordo ainda é preliminar
O acordo definitivo só será selado a 5 de agosto. Depois, o Presidente sul-sudanês Salva Kiir e o líder dos rebeldes Riek Machar terão três meses para formar o Governo de transição que ficará no poder durante três anos.
O acordo especifica ainda a composição do Governo e Parlamento. O Governo deverá ser composto por 35 Ministros. Vinte do lado do Presidente Kiir, 9 de Machar e os restantes pertencentes a outros grupos políticos. Já o Parlamento será composto por 550 deputados: 332 da parte de Kiir e 128 do lado de Machar. Para já, não ficou especificado de que forma será partilhado o poder a nível regional e local.
Segundo Michael Makuei, Ministro da Informação do Sudão do Sul este passo representa uma grande conquista.
"Trouxemos paz ao povo do Sudão do Sul e vamos continuar a trabalhar muito para assegurar que este acordo é implementado plenamente" , disse aos jornalistas. Makuei apelou ainda ao apoio da comunidade internacional para o povo do sudão do Sul no seu caminho para a paz.
Ceticismo
Apesar destas palavras, há lugar para ceticismo. Em 2015, já tinha sido assinado um acordo parecido, até que conflitos violentos no país voltaram a rebentar em julho de 2016, levando o líder da oposição a fugir do país.
A 7 de julho deste ano, também tinha sido assinado um cessar de fogo permanente entre Kiir e Machar, que foi quebrado horas depois.
Dado o historial, a comunidade internacional permanece reticente. A história do Sudão do Sul como país é marcada pela violência da guerra civil que dura há 5 anos já causou morte a dezenas de milhares de pessoas e fez com que mais de 2 milhões fugissem do país.