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Surto de cólera: "Há poucas brigadas no terreno"

da | gcs | Lusa
15 de fevereiro de 2023

Faltam medicamentos e técnicos de saúde para lidar com o surto de cólera em vários pontos de Moçambique. O alerta é do Observatório do Cidadão para a Saúde.

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Foto: Adrian Kriesch/DW

As autoridades moçambicanas estão preocupadas com a possibilidade de alastramento da cólera depois das cheias na semana passada. 

O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse na terça-feira (14.02) que é preciso garantir que "não haja focos de contaminação" nos centros de acolhimento das vítimas das inundações.

Segundo Nyusi, 32 pessoas morreram desde o início do surto, em setembro passado. Foi registado até agora um total de 4.400 casos em 26 distritos, incluindo na província de Maputo. 

Saúde em África: Como combater a malária?

As cheias levaram a cortes no abastecimento de água. Em Maputo e Matola, alguns cidadãos recorreram a água das valas de drenagem, constatou a DW no terreno.

Se não houver melhorias no saneamento do meio e abastecimento de água, a cólera poderá alastrar, alerta Clélia Pondja, coordenadora de pesquisa do Observatório do Cidadão para a Saúde.

"Estas pessoas não têm muitos mecanismos de conservação e higienização dos alimentos", disse Pondja em declarações à DW, apelando à implementação de um "plano multissetorial" para travar a doença.

Falta pessoal, material e medicamentos

Entretanto, os profissionais de saúde enfrentam várias dificuldades no terreno.

"Todos os profissionais se queixam que há muito poucas brigadas, que trabalham durante muito tempo. Não há capital humano que possa fazer um trabalho intercalado", refere a pesquisadora do Observatório do Cidadão para a Saúde.

Além disso, faltam "alguns medicamentos", além de "material de proteção pessoal", diz Clélia Pondja. 

E a cólera não é a única doença que preocupa os técnicos de saúde: "Está a eclodir um elevado número de doenças, incluindo malária."