Começa à “caça” ao voto para as presidenciais
3 de julho de 2021As ruas da capital São Tomé, amanheceram pintadas de cartazes de apelo ao voto dos candidatos que disputam o pleito eleitoral. O país vive a festa da "caça" ao voto dos 19 candidatos presidenciais que começam hoje a campanha eleitoral, rumo às eleições presidenciais marcadas para o próximo dia 18 de julho.
Para a campanha eleitoral deste ano, vários candidatos apostam nas redes sociais para disseminar os seus manifestos eleitorais, o que para a jurista e ativista Celisa Deus Lima, "é uma situação inédita, nunca antes vista no País”.
No mês passado, no período de pré-campanha foram promovidos vários debates pelos candidatos nas redes sociais, o que no entender de jurista já configurava uma campanha eleitoral.
"Assistiu-se desfiles de cartazes entre apoiantes de diversas candidaturas pelos seus apoiantes e simpatizantes”, observa Celisa Deus Lima, para quem "o que aconteceu este sábado (03.07), trata-se apenas de um arranque meramente formal da campanha”.
Os órgãos da comunicação social estatais são-tomense rádio e televisão, têm promovido debates com todos os candidatos.
Para cobertura jornalística, reportagens de rádio e televisão não devem exceder três minutos, enquanto que os tempos de antena para os 19 candidatos é de cinco minutos a cada um.
Evaristo Carvalho o "grande” ausente
No geral 123. 302 eleitores, estão inscritos para estas eleições, que vão eleger o quinto Presidente da República no regime multipartidário, dos quais cerca de 14.690 residente na diáspora.
Pela primeira que o Presidente em exercício, Evaristo Carvalho, de 80 anos de idade, não se recandidata ao cargo.
A jurista Celisa Deus Lima, considera que tendo em conta o número de candidatos que concorrem a sucessão de Evaristo Carvalho, "a escolha não será fácil”, justificando que "são muitos candidatos para um País tão pequeno como nosso”.
Para Lúcio Amado, professor e escritor, advoga que tendo em conta o número de concorrentes às presidenciais deste ano, é preciso reflexão.
"Algo vai mal é preciso regular. A sociedade está doente. Para um país de 200 mil habitantes, 19 candidatos é uma aberração”, defende Amado, acrescentando que é "uma banalização do mais alto cargo da Nação são-tomense.”
O historiador, é de opinião que nos próximos cinco anos, dever-se-ia alterar a lei e "exigir pelo menos 10 mil assinaturas aos candidatos”.
Por outro lado, Lúcio Amado defende que dentre os vários requisitos para se candidatar à cargo de Presidente da República devia-se exigir a "carreira na função pública, política, e livre de casos de corrupção entre outras” apontou.
Compra de votos
Celisa Deus Lima, alerta sobre a compra de consciência dos eleitores intitulado, "fenómeno banho”. De acordo com a jurista "vemos rios de dinheiro. Todos que estão a comprar a consciência dos eleitores utilizando dinheiro cuja a proveniência, se desconhece”.
"Gostaríamos de saber quanto isto vai custar ao País. Será o País ou o Povo a pagar por um dinheiro cuja a proveniência se desconhece”, questiona Celisa Lima.
Para as eleições presidências de 2021, Delfim Neves, Maria das Neves, Carlos Vila Nova, e Pósser da Costa, são tidos pelos observadores da política, como sendo os candidatos presidenciáveis, mas nenhum dos quatro tem a vitória garantida na primeira volta.
No entanto, Celisa Deus Lima, descarta esta possibilita e considera que todos os candidatos estão em pé de igualdade, sublinhando que é "uma ocasião que povo deve saber bem em quem votar”
262 assembleias de votos estarão distribuídas no país e nas diásporas sob fortes medidas de segurança contra a covid-19, que desde início da pandemia já infetou no arquipélago cerca de 2 mil pessoas entre as quais 37 mortes.
Medidas de prevenção da Covid-19
Às eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe acontecem numa altura em que país e o mundo estão "abraços" com a pandemia do novo corovavírus.
Entrevistado pela DW-África, Fernando Maquengo, Presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), garantiu o cumprimento rigoroso das medidas de prevenção da Covid-19, nas assembleias de voto no dia da votação.
O dirigente apelou que "os eleitores deve-se fazer acompanhar da sua máscara sob pena de não votar”, disse Maquengo.
Por outro lado, o Presidente da CEN chama atenção aos mandatários das candidaturas e ativistas para "aconselhar os seus militantes e simpatizantes” a cumprirem as regras sanitárias para evitar a propagação do novo coronavírus, durante a campanha eleitoral.