São Tomé: Pobreza extrema afeta cerca de 30 mil pessoas
12 de abril de 2023As pessoas foram identificadas no Cadastro Social Único (CSU) para facilitar a definição de programas de apoio. O CSU foi desenvolvido no ano passado com apoio da Organização Internacional de Trabalho (OIT) com o objetivo de identificar, na primeira fase, todas "as pessoas que estejam na extrema" pobreza e "que ainda precisam de programas sociais do Governo", e posteriormente todas as famílias são-tomenses.
"Nós sabemos que ainda não foram identificadas todas [as pessoas] e isso assusta-nos. Pelo grupo que já conseguimos identificar já temos esse número, imagina quando conseguirmos alargar ainda mais o cadastro", disse à Lusa Núria Ceita, diretora da Proteção Social, Solidariedade e Família.
Segundo dados divulgados durante a apresentação dos resultados do registo, 5.539 (73%) das famílias que estão em extrema pobreza são chefiadas por mulheres, enquanto 2.042 (27%) são lideradas por homens.
"Infelizmente as mulheres são as mais afetadas porque temos muitas mulheres mães sozinhas que são responsáveis pelas famílias, então o rosto feminino é mais representativo", sublinhou a diretora da Proteção Social são-tomense.
Números alarmantes
O registo apontou ainda 602 pessoas com deficiência mental, 1.526 com deficiência motora, 1.711 com deficiência visual, bem como 423 agregados familiares assinalados com crianças em risco de abandono.
"São números alarmantes que têm a nossa atenção e vão continuar a ter", assegurou Núria Ceita.
A diretora da Proteção Social são-tomense sublinhou que o CSU é uma "mais-valia" que vai permitir "ter o acesso rápido a essas famílias vulneráveis" para que as instituições possam "fazer as ajudas chegar de forma mais rápida".
No entanto, o decreto-lei para a regulamentação do CSU foi aprovado pelo Governo no ano passado, e desde então aguarda pela promulgação pelo Presidente da República.