Tanzânia: Detido suspeito de divulgar informações sobre PR
15 de março de 2021Pelo menos um homem foi detido em Dar es Salaam por alegadamente divulgar notícias falsas sobre o estado de saúde do Presidente, dizendo que John Magufuli estaria gravemente doente, avançou o Comissário da Polícia Regional de Kinondoni Ramadhani Kingai.
"Há muito mais pessoas que têm vindo a espalhar falsas declarações . Vamos prendê-los a todos", disse Kingai numa conferência de imprensa no último sábado (13.03).
Na semana passada, o primeiro-ministro Hassan Majaliwa negou que Magufuli esteja doente ou a recuperar-se da Covid-19. O primeiro-ministro disse sexta-feira que Magufuli, que não é visto em público há 15 dias, lhe tinha pedido que transmitisse as suas saudações aos residentes na cidade de Njombe, no sul do país.
"O Presidente tem muito que fazer", disse o PM, acrescentando que o chefe de Estado tinha delegado algumas funções aos seus ajudantes.
"Crime cibernético"
Entretanto, o ministro dos Assuntos Constitucionais disse que os tanzanianos que estão a espalhar nas redes sociais que o Presidente está incapacitado estão a violar a lei da cibercriminalidade do país. Grupos de direitos humanos dizem que a lei de crimes cibernéticos é uma das várias que o Governo de Magufuli utiliza para suprimir a liberdade de expressão.
Mwigulu Nchemba, ministro dos Assuntos Constitucionais, postou nas suas redes sociais: "Um chefe de Estado não é um chefe de um clube de jogging que deveria estar sempre por perto a fazer selfies".
"Aqueles que violam a lei, pensem no que diz o Código Penal sobre o crime cibernético. O Governo está a controlar'', acrescentou.
Magufuli foi visto pela última vez em público no dia 27 de fevereiro na cerimónia de juramento do seu chefe de gabinete. O evento realizou-se nos escritórios do Governo em Dar es Salaam.
O líder da oposição exilado Tundu Lissu, que perdeu as eleições presidenciais de outubro para Magufuli, afirmou numa série de postagens no Twitter na semana passada que o Presidente tinha sido transportado para a Índia em estado crítico após ter sido levado para o vizinho Quénia para tratamento da Covid-19. No entanto, a informação não foi confirmada oficialmente.