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Terrorismo: Oposição responsabiliza Nyusi "por omissão"

Lusa
16 de novembro de 2022

RENAMO defendeu, esta quarta-feira, no parlamento, que Presidente moçambicano deve ser responsabilizado "por não ter tomado em tempo útil a decisão de recorrer à ajuda internacional" para Cabo Delgado.

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Präsident von Mosambik besucht Militärstützpunkt
Presidente moçambicano de visita à base militar de Mueda, em julho de 2021Foto: Roberto Paquete/DW

O principal partido da oposição moçambicana (RENAMO) acusou, esta quarta-feira (16.11), o Presidente da República, Filipe Nyusi, de ser pessoalmente "responsável por omissão" pela violência armada em Cabo Delgado.

"Quanto a nós, não restam dúvidas de que o Presidente da República deve ser responsabilizado por omissão, por não ter tomado em tempo útil a decisão de recorrer à ajuda internacional", afirmou, no parlamento, Elias Dhlakama, deputado da RENAMO.

O deputado acusou o chefe de Estado de ter optado por "arrastar com a barriga" a decisão sobre o recurso ao auxílio internacional, tomando-a só quando a situação saiu do controlo das forças governamentais.

"O Governo permitiu que parte do território de Moçambique ficasse fora das mãos do Estado" e esta situação revelou "o cúmulo da incompetência", disse Elias Dhlakama, apelando a uma investigação para apuramento de responsabilidades na forma como o combate ao terrorismo tem sido conduzido.

Também a bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, acusou o Governo de incapacidade no combate ao terrorismo.

"O povo de Cabo Delgado está exausto, não tolera mais o sofrimento" provocado por "um quadro de desconcerto e caos ao nível da política de defesa", afirmou o deputado do MDM Silvério Ronguane.

Ronguane lamentou que, apesar de a segurança ter sido restaurada nas zonas com presença de forças estrangeiras, a violência tenha avançado para áreas que antes tinham sido poupadas.

"Combate ao terrorismo está a ser um sucesso", diz FRELIMO

Noutro tom, a bancada da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, apontou avanços militares nas zonas antes flageladas pela violência armada.

"O combate ao terrorismo está a ser um sucesso", declarou a deputada Ana Chapo. 

Chapo repetiu a posição do Governo de que a população deslocada de distritos mais atingidos pela violência está a regressar e os serviços públicos estão a ser restaurados, como resultado das derrotas que os insurgentes estão a sofrer.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada promovida por rebeldes, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

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