São Tomé: Tudo a postos para arranque da campanha eleitoral
21 de setembro de 2018Nos próximos 15 dias, os partidos políticos são-tomenses mobilizam-se no terreno na caça ao voto, apresentando as suas propostas aos militantes e simpatizantes. Das sete forças políticas, a Ação Democrática Independente (ADI, no poder), o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) e a coligação formada pelo Partido da Convergência Democrática (PCD, segunda maior força da oposição), Movimento Força para a Mudança Democrática (MDFM) e União dos Democratas para Cidadania (UDD) são os potenciais candidatos à vitória.
"São Tomé e Príncipe para todos" é o slogan da campanha do MLSTP/PSD. "Neste momento o país caiu numa indigência e nós temos que dignificar o são-tomense na sua própria terra", afirma o presidente do maior partido da oposição, Jorge Bom Jesus. "Para nós o desenvolvimento tem de ser desenvolvimento humano. Cada são-tomense conta", sublinha.
Para Jorge Bom Jesus, o desenvolvimento do país depende dos próprios são-tomenses. "São Tomé e Príncipe só pode avançar se os próprios são-tomenses colocarem a mão na massa, porque os são-tomenses são atores e beneficiários deste próprio desenvolvimento. A cooperação internacional não será outra coisa se não o complemento do nosso esforço nacional", defende.
Promessas de emprego
A restauração da democracia, a reforma do setor da Justiça e de outras instituições e o emprego são duas das prioridades do manifesto da coligação formada por PCD, MDFM e UDD. "Na área económica e social, há grandes prioridades. Uma delas é a garantia do emprego", diz o líder do MDFM, Carlos Neves.
Na caça ao voto, a ADI trabalha com vista a mobilizar a juventude e os eleitores indecisos. Patrice Trovoada, líder do partido no poder e primeiro-ministro são-tomense, promete empregos através do Centro de Empreendedorismo Jovem, com uma linha de crédito de 20 milhões de dólares das petrolíferas americana Komos Energy e Britânica BP.
"A juventude é o futuro e ela cria coisas novas, necessidades novas, modelos de negócios novos através da sua capacidade de sonhar, inovar, de transformar e de exigir coisas que não são da nossa geração", diz Trovoada.
Alerta de fraude eleitoral
Antes do início da campanha eleitoral, a ADI tentou eliminar da corrida eleitoral a coligação PCD-MDFM-UDD. O partido no poder impugnou junto do Tribunal Constitucional a candidatura das três forças políticas por considerá-la irregular. Entretanto, na terça-feira (18.09), o Tribunal Constitucional chumbou a impugnação da ADI, dizendo ser extemporânea e fora do prazo.
A coligação das três forças politicas, que já participaram no passado na governação do país, desconfia agora da atitude da ADI. "Provavelmente, o que estará por trás será passar a ideia da imparcialidade deste Tribunal Constitucional para depois, no dia 7, tentar tirar proveito com eventuais reclamações que poderiam conhecer desfechos a favor do poder", acredita Arlindo Carvalho, presidente do PCD.
Cerca de 90 mil eleitores são este ano chamados às urnas para eleger, a 7 de outubro, os novos deputados e membros das assembleias distritais e regionais do país.