Tunisina recebe primeiro prémio "The Bobs 2011"
20 de junho de 2011O primeiro prémio do concurso de blogs promovido pela Deutsche Welle foi para uma professora universitária tunisina, que escreveu e relatou em seu blog tudo o que sabia sobre a "revolução de Jasmin" na Tunísia, no início deste ano.
Depois que iniciou a página na internet, Lina Ben Mehnni se transformou em uma das principais fontes de informação em língua inglesa, francesa e árabe sobre o tema norte-africano.
O blog "A Tunisian Girl" (Uma Garota Tunisiana) levou à internet: fotos, vídeos e reportagens sobre os protestos na Tunísia, apesar da repressão de um dos regimes mais ditatoriais do mundo árabe.
Por causa deste engajamento, considerado corajoso pelos jurados, a jovem de 28 anos ganhou o principal prémio do concurso de blogs.
Lina Ben Mhenni é uma mulher que está sempre em movimento e também sempre online (ou seja, na Internet). Não importa se está na Universidade de Tunes onde trabalha como professora ou em alguma conferência no estrangeiro.
Até mesmo quando vai a manifestações, ela sempre leva consigo: o laptop e sua câmera fotográfica. Está constantemente atualizando seu blog e postando mensagens curtas no facebook.
"A Tunisian Girl" sem censura
Lina Ben Mehinni é a garota Tunisina, como o próprio nome do Blog sugere “A Tunisian Girl”. A mulher por detrás desta página relatou sem censura a revolução de Jasmim na Tunísia que em janeiro deste ano derrubou o ditador Ben Ali.
Durante a crise política neste país africano, a internet foi muitas vezes o único canal de informação. As manifestações contra o governo começaram depois que um tunisino se imolou em dezembro último para protestar contra a repressão das autoridades e abuso de poder.
A ação deste homem foi gravada em vídeo e correu a internet. O governo censurou a mídia e para dar a volta, outros tunisinos começaram a fazer mais uso da internet. Foi aí que o blog de Lina Ben Mehnni se tornou uma das principais fontes.
Porém com a expressão "Revolução na internet", Lina não está totalmente de acordo - disse ela em entrevista à DW:
"A revolução foi feita pelas pessoas e não pela internet. Pelas pessoas que apanharam de cassetetes das forças de segurança do governo... Pelas pessoas que foram às ruas e arriscaram as suas vidas. E sobretudo, por aquelas que tiveram de pagar com a própria vida" sublinhou.
Depois de afirmar que a pior lembrança que tem é a de um jovem manifestante que levou um tiro de um policial e morreu, Lina acrescentou "quando eu vi pessoas sendo mortas, estava claro para mim que não havia mais volta" e conclui "as vozes dessas pessoas deveriam ser ouvidas ... para que não tenham morrido em vão".
Mais de duzentas pessoas morreram segundo a comissão dos Direitos Humanos da ONU. Para a mulher tunisina, esta brutalidade do regime foi o principal motivo para postar a revolução na Internet.
Autor: Chamselassil Ayri / Bettina Riffel
Edição: António Rocha