Ucrânia: Biden e Zelensky irão debater tensão na fronteira
1 de janeiro de 2022No domingo (02.01) Presidente norte-americano, Joe Biden, "reafirmará o apoio norte-americano à independência e integridade territorial da Ucrânia", disse um responsável da Casa Branca.
O chefe de Estado norte-americano "vai abordar o destacamento militar russo nas fronteiras da Ucrânia e rever os preparativos para as próximas reuniões diplomáticas destinadas a diminuir a tensão na região", acrescentou o mesmo responsável.
O Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky disse, numa mensagem na rede social Twitter, que estava impaciente para discutir com Biden "os meios de coordenar" ações no "interesse da paz na Ucrânia e da segurança na Europa".
Além disso, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou que falou hoje ao telefone com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Também numa mensagem, publicada no Twitter, o chefe da diplomacia dos EUA pediu à Rússia que "participe seriamente" nas negociações que visam diminuir as tensões em torno da Ucrânia.
Kiev e os seus aliados ocidentais acusam Moscovo de ter concentrado dezenas de milhares de soldados junto das suas fronteiras em antecipação a uma possível invasão.
A NATO está "unida" e "pronta para o diálogo", disse no Twitter Jens Stoltenberg.
Negociações em Genebra
Os EUA e a Rússia devem manter conversações sobre a Ucrânia nos dias 10 e 11 de janeiro em Genebra.
As delegações dos dois países deverão ser lideradas, respetivamente, pela secretária de Estado Adjunta dos EUA, Wendy Sherman, e pelo homólogo russo, Sergei Riabkov.
No dia 12 de janeiro está prevista uma reunião bilateral entre a Rússia e a NATO e, no dia seguinte, está agendada uma reunião no âmbito da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Os Estados Unidos, acusados com frequência de abordarem questões internacionais sem considerarem as posições dos seus aliados ocidentais, insistem precisamente numa coordenação estreita com os europeus e os ucranianos.
Tensão na fronteira
Mais de 100.000 soldados russos estarão concentrados perto das fronteiras da Ucrânia, da qual a Rússia já anexou parte do território, a península da Crimeia, em 2014.
Moscovo nega qualquer intenção bélica e diz ter sido ameaçada por "provocações" de Kiev e da NATO, tendo apresentado, no início de dezembro, propostas exigindo que a Aliança Atlântica renuncie a vir a admitir a Ucrânia e outros países da área de influência soviética como membros e retire os seus destacamentos militares na Europa Central e Oriental.
A Rússia também é considerada pelo Ocidente como mentora dos separatistas pró-russos envolvidos no conflito que há quase oito anos persiste no leste da Ucrânia.
Joe Biden ameaçou Vladimir Putin com uma resposta firme a qualquer invasão russa na Ucrânia, na conversa telefónica que mantiveram na quinta-feira (30.12), durante a qual o Presidente russo disse que a imposição de novas sanções contra Moscovo seria "um erro colossal".
Após esta conversa telefónica de cerca de 50 minutos de contornos tensos - a segunda em menos de um mês - os dois líderes ainda assim elogiaram a via diplomática para sair da crise.
Soldado ucraniano morto em confronto
O exército ucraniano anunciou hoje a morte de um dos seus soldados, na sequência de confrontos com separatistas pró-russos no leste do país e num contexto de fortes tensões com Moscovo nas últimas semanas.
"Um soldado foi mortalmente atingido", adiantou o exército da Ucrânia em comunicado, acusando os separatistas de realizar três ataques nas últimas 24 horas.
Esta é a primeira morte de um militar desde o novo cessar-fogo estabelecido no mês passado para um conflito que já matou mais de 13 mil pessoas desde 2014, adiantou a agência France-Presse.
As relações entre a Ucrânia e a Rússia vivem atualmente um pico de tensão.