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Ucrânia: Sanções a Abramovich suspendem venda do Chelsea

Lusa | Reuters
10 de março de 2022

Novas sanções contra Abramovich anunciadas, esta quinta-feira, colocam o futuro do Chelsea em risco. Governo britânico diz que Chelsea poderá continuar a competir, mas admite que sanções têm um "impacto direto" no clube.

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Russische Oligarchen Roman Abramowitsch Chelsea-Fußballverein
Foto: Martin Meissner/AP/picture alliance

O governo britânico congelou os bens do proprietário russo do Chelsea, Roman Abramovich, o que significa que a venda do clube não poderá seguir em frente.

Esta quinta-feira (10.03), o executivo de Boris Johnson anunciou novas sanções - congelamento de bens e proibição de viagens - contra sete oligarcas russos, entre eles o dono do Chelsea, Roman Abramovich, e o antigo sócio, Oleg Deripaska.

Para além de suspender a venda do clube de futebol, o Chelsea está também impedido de vender bilhetes para jogos e negociar jogadores. 

Em declarações, esta quinta-feira, a ministra da Cultura, Nadine Dorries, explicou que o Chelsea poderá ainda jogar e pagar aos funcionários, mas admitiu que as sanções "têm um impacto direto no clube e nos adeptos". 

"Temos trabalhado arduamente para garantir que o clube e o desporto nacional não sejam desnecessariamente prejudicados por estas importantes sanções. Para garantir que o clube possa continuar a competir e operar, vamos emitir uma licença especial que permitirá que os jogos sejam cumpridos, os funcionários sejam pagos e os titulares de bilhetes assistam aos jogos enquanto, crucialmente, Abramovich é privado de beneficiar da propriedade do clube", anunciou na rede social Twitter.

England | Fußball Chelsea - Liverpool
Abramovich tinha anunciado no início do mês que iria vender o ChelseaFoto: Nick Potts/empics/picture alliance

Abramovich tinha anunciado no início do mês que iria vender o clube campeão da Europa e do mundo de futebol, "devido à atual situação" em que a Rússia invadiu a Ucrânia, prometendo reverter os lucros para as vítimas do conflito.

"(....) Instruí a minha equipa para criar uma fundação de caridade onde todas as receitas líquidas da venda serão doadas. A fundação será para o benefício de todas as vítimas da guerra na Ucrânia", disse na altura.

A ministra da Cultura britânica admitiu que esta situação cria "alguma incerteza, mas o Governo trabalhará com a Liga e os clubes para permitir que o futebol continue a ser jogado, garantindo que as sanções atinjam os pretendidos". 

O Chelsea já reagiu ao anúncio das novas sanções, dizendo que irá cumprir os seus compromissos. No entanto, afirmou também entender que as restrições impostas às suas operações são demasiado severas.

Roman Abramovich, de 55 anos, tem participações na metalúrgica Evraz, na Norilsk Nickel e é dono do Chelsea FC desde 2003. Em 2005, vendeu uma participação de 73% na petrolífera russa Sibneft à gigante do gás estatal Gazprom por 11,770 milhões de euros e o património líquido é estimado em 11.200 milhões de euros.  

"É um dos poucos oligarcas da década de 1990 a manter a proeminência sob [o presidente russo, Vladimir] Putin", vincou o Governo britânico.

O visto de investidor no Reino Unido do russo expirou em 2018, ano em que obteve a nacionalidade israelita. Em 2021 Abramovich tornou-se cidadão português através da lei que beneficia os descendentes de judeus sefarditas expulsos no final do século XV, mas deixou de ter um visto de investidor no Reino Unido. 

Uma porta-voz do empresário negou anteriormente qualquer relação próxima do empresário com Vladimir Putin. 

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