Erdogan e Putin discutem expansão de corredor de cereais
11 de dezembro de 2022O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, propôs, este domingo (11.12), ao homólogo russo Vladimir Putin alargar o âmbito do corredor de exportação de cereais ucranianos a outros produtos.
De acordo com um comunicado da Presidência turca, citado pelas agências de notícias Anadolu e EFE, numa conversa telefónica, Erdogan propôs a Vladimir Putin expandir as funções do corredor para exportação de cereais ucranianos, para incluir também a outros produtos alimentares, de forma gradual, bem como outras matérias-primas.
Na mesma conversa, o Presidente russo insistiu na necessidade do cumprimento integral do acordo de exportação de cereais a partir dos portos ucranianos e na eliminação dos bloqueios ao fornecimento de produtos agrícolas e fertilizantes russos, segundo o Kremlin.
Nenhuma das presidências revelou a posição de Putin sobre a proposta que lhe foi feita pelo Presidente turco durante a conversa telefónica.
Putin e Erdogan discutiram a aplicação dos acordos de Istambul de 22 de julho, que foram prorrogados por mais 120 dias, em 19 de novembro, sob a condição de que a exportação de produtos russos, prejudicada por sanções, seja também facilitada.
Os dois presidentes discutiram ainda questões relacionadas com a luta contra o terrorismo e a cooperação bilateral, destacando a importância de projetos conjuntos de energia, principalmente na indústria de gás.
Segundo o Kremlin, Putin aproveitou a recente reunião entre Erdogan e o presidente da empresa estatal russa Gazprom, Alexei Miller, na sexta-feira, em Istambul, para trocar opiniões sobre o centro de distribuição de gás russo que quer implementar na Turquia.
Ofensiva na Síria
Os dois chefes de Estado abordaram ainda a situação no norte da Síria, face à ameaça de uma possível operação terrestre turca naquela zona do país árabe.
Erdogan reiterou, nas últimas semanas, que a Turquia pretende lançar uma ofensiva terrestre na Síria para expulsar as milícias curdas YPG da fronteira, que considera uma subsidiária do grupo armado curdo PKK, ativo em solo turco.
A Turquia exigiu que a Rússia honrasse o acordo russo-turco de Sochi de 2019, no qual Moscovo assumiu a responsabilidade de 'limpar' a zona de "terroristas".