Ucrânia: Rússia bombardeia zona do aeroporto de Lviv
18 de março de 2022"Os mísseis atingiram a área do aeroporto de Lviv", escreveu autarca de Lviv, Andriy Sadovyi, na sua conta do Facebook, afirmando que o ataque não atingiu diretamente o aeródromo.
Segundo Sadovyi, os mísseis atingiram uma fábrica usada na manutenção de aeronaves militares e danificaram uma instalação de reparação de autocarros.
A fábrica suspendeu as operações antes do ataque e não foi registado qualquer ferido ou vítima mortal. "A situação no local está em vias de ser esclarecida", acrescentou.
De acordo com o comando ocidental da Força Aérea ucraniana, as forças russas lançaram seis mísseis, com destino a Lviv, a partir do mar Negro, mas dois dos mísseis foram abatidos. O canal de televisão ucraniano 24 disse que houve pelo menos três explosões na cidade.
Cerca de 200 mil pessoas refugiaram-se em Lviv, situada a 50 quilómetros da fronteira com a Polónia, mas a cidade tem sido alvo de ataques russos, o pior dos quais matou quase 30 pessoas, num centro de formação nos arredores, no fim de semana.
Kiev pede mediação da Turquia
Para acelerar uma solução de paz, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, pediu à Turquia que seja "um dos garantes" de um eventual acordo com a Rússia, anunciou o seu homólogo turco Mevlut Çavusoglu de visita a Lviv, oeste da Ucrânia.
"A Ucrânia emitiu uma oferta sobre um acordo de segurança coletiva P5 [os cinco membros-permanentes do Conselho de Segurança da ONU], mais a Turquia e a Alemanha", precisou Çavusoglu, assegurando que "a Federação da Rússia não coloca qualquer objeção".
Contudo, um aliado da Rússia, o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, advertiu que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, terá de assinar em breve um ato de capitulação se recusar um acordo com o seu homólogo russo, Vladimir Putin. "A Rússia não perderá esta guerra", disse Lukashenko numa entrevista à televisão japonesa TBS.
Rússia critica acordo de cessar-fogo
O porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, disse ontem que o plano de 15 pontos divulgado na quarta-feira pelo jornal britânico Financial Times - que referia que o acordo que previa um cessar-fogo, retirada das tropas russas e neutralidade ucraniana face à NATO - "contém muitas compilações e informações que são do domínio público sobre as questões que estão na agenda" das negociações e vários dados que são "factualmente incorretos".
O Kremlin apelou ainda às autoridades ucranianas para que pensem no destino do país e do seu povo e tomem as decisões que permitam acabar com a "operação militar especial" iniciada por Moscovo há três semanas.
"Instamos o regime [do Presidente Volodymyr] Zelensky a pensar sobre o destino do país, do seu povo, a tirar as conclusões correspondentes e a tomar as decisões pertinentes", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, no seu encontro semanal com a imprensa, em Moscovo.
Entretanto, o Kremlin rejeitou a ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o tribunal superior da ONU, para que a Rússia suspenda imediatamente as suas operações militares na Ucrânia. "Não poderemos levar esta decisão em consideração", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.