Ucrânia: Lula volta a oferecer-se para mediar conflito
26 de maio de 2023O Presidente brasileiro, Lula da Silva, informou, esta sexta-feira (26.05), que conversou com o Presidente russo, Vladmir Putin, e que recusou um convite para ir à Rússia. No entanto, garantiu, o Brasil, a Índia, a Indonésia e a China querem conversar sobre a paz na Ucrânia.
"Conversei agora por telefone com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Agradeci um convite para ir ao Fórum Económico Internacional de São Petersburgo e respondi que não posso ir à Rússia neste momento, mas reiterei a disposição do Brasil, junto com a Índia, Indonésia e China, de conversar com ambos os lados do conflito em busca da paz", escreveu Luiz Inácio Lula da Silva, na rede social Twitter.
Durante a conversa com Vladimir Putin, acrescentou o Kremlin em comunicado, o Presidente brasileiro partilhou ainda as "suas impressões sobre a cimeira do G7", que se realizou recentemente no Japão, e na qual participou também o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Ainda segundo o Kremlin, Putin reforçou que a Rússia está disponível para o diálogo político-diplomático, "atualmente bloqueado por Kiev e seus patrocinadores ocidentais". E frisou que o Brasil é o principal parceiro económico e comercial da Rússia na América Latina, embora tenha admitido que as trocas diminuíram "um pouco" nos últimos tempos.
"Obstáculos" para solução pacífica
Também em declarações, esta sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, disse haver "sérios obstáculos" para encontrar uma solução pacífica na Ucrânia, ao receber o enviado chinês Li Hui em Moscovo.
Durante a reunião, "o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia reafirmou o compromisso de Moscovo com uma resolução político-diplomática do conflito, observando os sérios obstáculos criados pela Ucrânia e pelos seus aliados ocidentais para a retoma das negociações de paz", de acordo com um comunicado da diplomacia russa.
"Serguei Lavrov expressou a sua gratidão à China pela sua posição equilibrada sobre a crise ucraniana e grande apreço pela disposição de Pequim em desempenhar um papel positivo num acordo", acrescentou o comunicado.
Li Hui, ex-embaixador chinês em Moscovo, foi enviado por Pequim para discutir uma solução política para o conflito na Ucrânia, no âmbito de uma digressão europeia.
Durante a sua visita a Kiev, no início de maio, Li Hui conversou com o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, de quem ouviu o apelo pelo "respeito da soberania e integridade territorial da Ucrânia".
Em Berlim, o Governo alemão pediu a Hui que pressione a Rússia a retirar as tropas da Ucrânia.