UNITA: Adalberto Costa Júnior é candidato único
12 de novembro de 2021Adalberto Costa Júnior é candidato único à liderança da União para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição no país.
Costa Júnior foi deposto no mês passado após uma decisão do Tribunal Constitucional, que anulou o congresso em que fora eleito como presidente. O Constitucional anuiu ao requerimento de militantes que protestaram contra a dupla nacionalidade do político no momento da eleição.
Ao anunciar a sua recandidatura, na quarta-feira (10.11), Adalberto Costa Júnior prometeu não decepcionar aqueles que acreditam em si.
"A todos os que hoje olham para a UNITA como instrumento de realização do país, muito mais do que a própria UNITA, não vos deixaremos ficar mal. Que Deus nos abençoe neste caminho de servir Angola", afirmou.
Pré-candidato Mulemba foi "barrado"
Na quinta-feira, o último dia para a entrega das candidaturas à liderança da UNITA, a coordenadora da comissão de mandatos da UNITA, Amélia Judite Ernesto, avançou que o militante Pedro Mulemba também enviara os seus dados.
Pouco se sabe sobre ele – apenas que tem 44 anos de idade e é natural do Bengo, província nortenha angolana.
Mas após verificação da documentação apresentada, Amélia Judite anunciou que a pretensão de Mulemba de concorrer à presidência do partido foi "imediatamente rejeitada", por não reunir os requisitos.
"Este militante apresentou apenas uma cópia da identificação pessoal e uma autobiografia. Aliás, nem sequer é autobiografia, é um certificado de um curso técnico-profissional", disse Judite esta sexta-feira (12.11).
O artigo 13º dos estatutos da UNITA obriga o candidato à presidência a ser membro da Comissão Política, requisito que Pedro Mulemba não reúne, além de não ter apresentado qualquer subscrição à sua pretensão de concorrer ao mais alto posto do maior partido na oposição.
"Reposição" da chefia destituída
Sendo assim, Adalberto Costa Júnior candidata-se sozinho à sucessão de Isaías Samakuva.
Esta semana, em entrevista à DW África, Rafael Savimbi, filho do presidente-fundador Jonas Malheiro Savimbi, admitiu que a candidatura única faz sentido, pois é uma situação excecional, para "repor" o líder destituído pelo Tribunal Constitucional.
"É verdade que, na UNITA, não há um único candidato, não existe isso nos nossos estatutos. Somos pelas múltiplas candidaturas e foi sempre isso que nos distinguiu do MPLA. Mas estamos a viver um momento muito peculiar que faz com que [desejemos] a reposição de uma situação que infelizmente não correu bem", afirmou.
Para este sábado (13.11) está prevista uma conferência de imprensa convocada pela comissão de mandatos.