União Europeia retoma cooperação com Guiné-Bissau
2 de fevereiro de 2015A consolidação da democracia e do Estado de Direito, o respeito pelos direitos humanos e a boa governação são as linhas mestras da nova era de cooperação entre a UE e o Governo guineense.
Bruxelas suspendeu as relações institucionais com Bissau na sequência do golpe militar de 2012. Após as eleições de 2014 e com o restabelecimento da ordem constitucional, a UE considera que já estão reunidas as condições para poder apoiar o país nos seus esforços de desenvolvimento a longo prazo através do Fundo Europeu de Desenvolvimento e outros mecanismos de financiamento.
"A União Europeia está fortemente empenhada em ajudar a Guiné-Bissau, sobretudo em ajudar o povo da Guiné-Bissau a desenvolver-se e numa integração cada vez mais forte na economia mundial, em paridade com os outros países da região", anunciou o diplomata Vítor Madeira dos Santos, o novo representante residente da UE na Guiné-Bissau.
Para o bloco, o país continua a enfrentar importantes desafios, nomeadamente na área do sector de segurança, da justiça, do desenvolvimento socioeconómico e de combate aos tráficos ilegais, e vive atualmente uma oportunidade única para avançar na direção da consolidação da democracia, estabilidade e desenvolvimento.
Importante acordo de pescas
A UE assinou já com o novo Governo "um dos melhores acordos" no domínio das pescas, pelas vantagens que vai trazer de parte a parte, considerou o diretor-geral da Pesca Industrial guineense, Sebastião Vieira.
O acordo vai permitir à Guiné-Bissau receber 9,2 milhões de euros por ano: 6,2 milhões de euros irão para o tesouro público e três milhões de euros para o desenvolvimento do setor pesqueiro.
Segundo o secretário de Estado das Pescas, Ildefonso de Barros, parte substancial da parcela de três milhões destina-se à construção de infraestruturas e aquisição de equipamentos de pesca para permitir a "integração de armadores europeus".
Sobre os apoios concretos, sabe-se apenas que a contribuição financeira da UE será conhecida na mesa redonda de doadores que as autoridades da Guiné-Bissau realizam no próximo dia 26 de março, na capital da Bélgica, Bruxelas.