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Urnas abertas e rivalidade nas Parlamentares do Senegal

Aida Grovestins | Cristiane Vieira Teixeira | AFP
30 de julho de 2017

As eleições legislativas senegaleses decorrem este domingo (30.07), com a coalizão do Presidente Macky Sall a enfrentar dois grandes rivais. A votação é vista como um teste para as presidenciais, previstas para 2019.

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Senegal Wahlen 2017
Foto: Getty Images/AFP/Seyllou

A maioria das 14 mil assembleias de voto abriu no início da manhã deste domingo (30.07), mas houve atrasos em vários lugares, devido a uma tempestade violenta durante a noite, informou a mídia local.

A votação está prevista para terminar às seis da tarde e os primeiros resultados são esperados no início desta segunda-feira (31.07). Mais de 6,2 milhões de pessoas estão registradas para votar o Senegal.

As eleições deste domingo (30.07) irão eleger 165 legisladores para o Parlamento do Senegal, um órgão que tem menos poder do que o Presidente do país, segundo a Constituição do Senegal. Este pleito representa o primeiro teste para o Presidente Macky Sall, desde que assumiu o cargo em 2012, e é considerado um sinal de apoio antes da votação presidencial prevista para 2019, quando o mandato de sete anos de Sall chega ao fim.

"Não estamos mais a falar em 30 de julho, mas de 2019," disse o primeiro-ministro Mahammed Boun Abdallah, um aliado do Presidente Sall, recentemente.

Uma das principais coalizões que se opõem a Macky Sall está a ser liderada pelo ex-Presidente Abdoulaye Wade, de 91 anos, que recentemente retornou à cena política. Wade foi Presidente do Senegal de 2000 a 2012. Muitos observadores acreditam que Wade irá concorrer à Presidência em 2019 para que possa conceder amnistia a seu filho, que foi exilado para o Catar depois de ser condenado por desviar cerca de 170 milhões de euros.

Os apoiantes de Wade recentemente entraram em confronto com a polícia, que os impediu de realizar um comício em uma praça próxima ao Palácio Presidencial.

"O que estamos a fazer é do interesse do país. Nós assumimos a nossa responsabilidade para que as pessoas votem e façam com que Macky Sall - que destruiu o Senegal - vá embora," disse Wade após o fracasso do comício.

Senegal Abdoulaye Wade, ehemaliger Präsident
Adboulaye Wade, ex-Presidente do SenegalFoto: DW/M. Lamine Ba

Campanhas e capital

A outra coalizão que enfrenta Macky Sall está a ser liderada por Khalifa Sall, o prefeito popular de Dakar, que permanece detido enquanto aguarda julgamento pela alegada apropriação indevida de cerca de 2,7 milhões de euros em fundos da cidade. Ele repetidamente teve a fiança negada e muitos de seus partidários acusaram o Presidente de insistir nas acusações contra o prefeito para enfraquecer as chances de Khalifa Sall nas eleições.

"Em todos os lugares, vejo os efeitos prejudiciais das políticas do regime [de Macky Sall] que levaram a nossa nação a um desastre," escreveu Khalifa Sall em uma carta da prisão.

Muitos moradores de Dakar entendem a importância das eleições deste domingo (29.07). Xuman, um rapper e artista performático, se diz consternado com o número de campanhas que têm oferecido dinheiro aos residentes pobres em troca de voto.

"Infelizmente, há muita pobreza nos subúrbios. Então, a tentação de apoiar um político apenas para ganhar dinheiro é forte," considera Xuman. "O dinheiro está a ser distribuído em troca de uma promessa de voto [para o candidato]," afirma.

Macky Sall Präsident Senegal
Macky Sall, Presidente do SenegalFoto: Getty Images/AFP/T. Charlier

Logística e violência

Apenas um dia antes das eleições, muitos dos cartões de identidade biométricos prometidos necessários para votar não foram entregues.

O Presidente Sall foi ao conselho constitucional do país, na semana passada, para pedir o relaxamento das regras para que as pessoas sem os cartões pudessem usar outras formas de identificação para votar. Muitos partidos políticos e coalizões da oposição denunciaram o movimento de última hora, pois poderia significar fraude nas eleições, mas o pedido foi posteriormente concedido.

Embora Medoune Magasouma tenha recebido seu cartão de voto, muitos membros de sua família não receberam o documento. O residente de Dakar está nervoso sobre como as eleições decorrerão.

"Há tantos problemas que não temos garantia de que teremos eleições justas," disse ele.

A polícia manteve-se ocupada a manter separados os apoiadores de partidos opostos, levando ao uso de gás lacrimogéneo e numerosas prisões. Oito pessoas morreram quando a violência das campanhas eleitorais eclodiu, durante um jogo de futebol no início deste mês. Todos os eventos esportivos e culturais foram posteriormente cancelados até as eleições.

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