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Violência no Sudão do Sul e no Congo em destaque na imprensa alemã

Madalena Sampaio3 de janeiro de 2014

O conflito no Sudão do Sul continuou esta semana a ser notícia nos jornais em língua alemã. Os recentes ataques na República Democrática do Congo também mereceram a atenção da imprensa.

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Foto: Fotolia

“O chefe dos rebeldes cedeu”, escreveu o Süddeutsche Zeitung, depois de o ex-vice-presidente Riek Machar, líder rebelde do Sudão do Sul, ter aceitado participar nas conversações de paz com o Governo de Juba em Addis Abeba, a capital da Etiópia.

Anteriormente, lembra o jornal alemão, o líder rebelde tinha-se recusado repetidamente a ceder à pressão dos países vizinhos. Agora, o fator decisivo foi obviamente a ameaça tangível do vizinho Uganda.

Na segunda-feira, o Presidente ugandês, Yoweri Museveni, disse que os países do leste africano estavam preparados para uma intervenção militar caso Riek Machar rejeitasse uma oferta de cessar-fogo.

Südsudan Kämpfe 30.12.2013
Soldados do Exército do Sudão do Sul na cidade de MalakalFoto: Reuters

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, elogiou os Estados africanos pela pressão exercida sobre o país vizinho.

“Apoiamos os esforços dos africanos que querem acabar com as mortes no Sudão do Sul”, declarou o chefe da diplomacia alemã no primeiro dia de 2014.

Antes de aceitar a exigência, porém, o líder dos rebeldes ainda capturou Boro, uma cidade estrategicamente importante no leste do país, como prova final da sua força militar, sublinha ainda o diário.

Desde o dia 15 de dezembro, os combates entre rebeldes e forças governamentais sul-sudanesas já fizeram mais de mil mortos e cerca de 180 mil civis foram obrigados a fugir no Dia de Ano Novo, segundo dados das Nações Unidas.

Avanço do “Exército Branco”

Enquanto vigorava o prazo dado pelos países da comunidade da África Oriental, de Bor, a capital do estado de Jonglei, rico em petróleo, chegavam relatos perturbadores do avanço das milícias nuer, relatava esta semana o Neue Zürcher Zeitung.

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Conhecido como “Exército Branco”, por cobrir o corpo com cinza, o grupo marchou na segunda-feira em direcção a Bor, com a intenção de retomar o controle da região.

De acordo com um porta-voz do Exército, a milícia étnica seria composta por cerca de 25 mil combatentes. Os temidos rebeldes do “Exército Branco” cometeram já vários massacres no Sudão do Sul.

A ONU mostrou-se preocupada com o avanço das milícias e alertou para o eventual escalar da situação naquela região. O porta-voz da missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (MINUSS), Joseph Contreras, apelou à “suspensão imediata” do avanço dos grupos armados para “evitar outro banho de sangue.”

Pânico nas ruas de Kinshasa

“O pânico irrompeu no centro de Kinshasa na segunda-feira de manhã. Muitos habitantes da capital da República Democrática do Congo estavam a caminho do trabalho quando os tiros ecoaram pelas ruas. As pessoas fugiram pela sua própria segurança”, descreveu o jornal Die Tageszeitung.

Os primeiros tiros foram ouvidos na direção da sede da televisão pública RTNC, no bairro de Gombe, onde homens armados fizeram vários reféns. Quase uma hora depois começaram os tiroteios no Aeroporto Internacional Ndjili, acrescenta o jornal. Seguiram-se trocas de tiros na base militar da capital congolesa.

Unruhen in Kinshasa Kongo
Os ataques de segunda-feira na República Democrática do Congo resultaram em cerca de uma centena de mortos, segundo números oficiaisFoto: Reuters

O medo instalou-se entre a população da capital, levando as pessoas a procurar refúgio em casa ou a esconder-se atrás de muros altos. Cenário que veio lembrar os momentos de tensão vividos em 2011, durante as eleições presidenciais.

Além de Kinshasa, também foram escutados tiros em Lubumbashi, capital da província de Katanga e segunda maior cidade do país.

Os ataques foram atribuídos a opositores ao regime do Presidente congolês, Joseph Kabila, mais precisamente a um grupo de homens armados leais a Gideon Mukungubila, um candidato derrotado nas últimas presidenciais.

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