Visita de Dilma Rousseff a Angola cria muitas expetativas
19 de outubro de 2011Esta é a grande expetativa em relação à visita de 48 horas que a Presidente do Brasil, Dilma Roussef, vai efectuar á Angola. Espera-se pela assinatura de planos estratégicos de cooperação para além de encontros bilaterais entre os dois países.
A presidente do Brasil chega a Angola na noite desta quarta-feira (19/10), mas a agenda oficial apenas começa quinta-feira (20/10).
Relativamente ao calendário de viagem, o porta-voz da presidência brasileira, Rodrigo Baena, diz que Dilma Rousseff vai ter um encontro privado com António Paulo Cassoma, presidente da Assembléia Nacional, assistir à cerimónia solene na Assembléia Nacional, e reunir-se ainda com as ministras de Estado de Angola, e depois terá um encontro com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
A burocracia que desagrada aos brasileiros
O presidente da associação dos empresários executivos brasileiros em Angola (AEBRAM), Alberto Esper, diz que implantação de um banco brasileiro para facilitar as transacções económicas bem como os problemas dos vistos, quer de trabalho quer de turismo, tem sido a grande preocupação da classe.
Outro empresário Brasileiro, Raimundo Lima, diz que a presença de Dilma Rousseff em Angola poderá abrir novos horizontes de negócios entre os dois países e partilha da mesma opinião que o seu colega Alberto Esper: "O visto é um assunto fundamental e temos expetativa que se avance na criação de um banco brasileiro em Angola que vai ajudar muito nas operações do brasileiros neste país."
A agricultura, saúde e formação estão entre as prioridades da agenda da presidente do Brasil Dilma Rousseff. O professor de Relações Internacionais, Valentino Caley, disse que é importante que as relações culturais sejam ser recíprocas e justifica os seus argumentos nos seguintes termos: "Temos de conjugar e encontrar a posição do outro, porque se for o fraco e o forte, volta e meia o forte poderá engolir o fraco. Mas em África, as vezes, não conseguimos traçar linhas mestras"
Não esquecer o tempo que passou
Já o professor de Teoria das Relações Internacionais, Peter Feijó, faz um recuo na história e sublinha que os angolanos devem também procurar ensinar aos brasileiros a cultura angolana lembrando que os brasileiros precisam de saber que boa parte da cultura dos povos do murumbi e de outros Estados brasileiros vem de África, e, principalmente, de Angola.
Peter Feijó conclui: "Eles precisam de se interessar mais pela história e cultura africana."
A embaixadora do Brasil, Ana Cabral, acredita que os resultados da visita serão positivos: "Esta é a primeira vez que a Presidente vem a África e não podia deixar de vir a Angola, um país tão importante para as relações brasileiras"
De lembrar que a Presidente do Brasil esteve no início desta semana na África do Sul, onde participou de um encontro do bloco económico IBSA, composto pela Índia, Brasil e África do Sul. A segunda paragem de Dilma Roussef foi Moçambique, de onde seguirá para Angola.
Autor: Manuel Vieira
Edição: Nádia Issufo/Cristina Krippahl