Visitantes de todo o mundo na casa de Nelson Mandela
5 de dezembro de 2013No museu do ídolo nacional da África do Sul a movimentação é grande. Todos querem saber mais sobre a vida de Nelson Mandela.
Várias turmas de escolas sul-africanas dividem o estreito espaço no pátio da casa 8115 da rua Orlando West em Soweto, nos arredores de Joanesburgo. Respeitosas e num raro momento de silêncio, elas deixam-se contar. Numa lição, há alguns dias, as crianças prepararam-se para esta visita, conta a professora: "Porque ele está no hospital, decidimos organizar uma excursão à casa dele, apesar das férias. As crianças aprendem muito sobre ele na escola".
"Eu amo Mandela"
E o que significa para elas "Tata" ou "Papa", como os sul-africanos carinhosamente chamam o ex-Presidente? "Ele tornou-nos livres e queremos dizer-lhe que o amamos muito", afirma um rapaz, logo seguido por outro: "Ele é o meu herói, porque lutou pela liberdade".
"Ele é como um pai para mim. Eu amo Mandela. Eu amo-o tanto", responde uma menina. "Ele é um homem muito legal, que se preocupa muito com as crianças e pessoas e que nos ama muito", explica um outro colega.
"Ele é um herói e uma inspiração para todo o mundo. Ele é muito importante para nós. Desejamos-lhe uma recuperação rápida. Espero que ele melhore!", parece ser o sentimento geral.
As crianças seguem a guia do museu pela casa de Mandela. Aqui, o ícone da liberdade, Nelson Mandela, viveu durante 15 anos.
Cresce o número de visitas à casa de Mandela
Jane Monakwane explica que "esta é a casa do ícone mundial, o senhor Nelson Mandela. Aqui ele viveu antes de ser sentenciado à prisão perpétua por traição".
Jane Monakwane está visivelmente orgulhosa por guiar visitantes de todo o mundo – entre eles um grupo grande de japoneses - pelo museu. "O número de visitantes aumentou significativamente. Estamos muito ocupados".
No quarto recriado, especialmente a cama, que parece muito estreita para os ombros largos do ex-boxeador Mandela, encanta os turistas. A movimentação de hoje deve ser comparável à de 1990, quando o prisioneiro mais famoso do mundo foi libertado da prisão.
Ele não ficou muito tempo, como explica sorridente a guia do museu: "Depois de 27 anos de prisão, talvez ele não tenha percebido o quão famoso havia se tornado. Ele voltou para esta casa, mas ficou por apenas 11 dias. Imagine você dormindo nesta casa e as pessoas do lado de fora. A imprensa vinha aqui quase todos os dias... então, ele se mudou".
Turistas alemães entre os visitantes
O visitante Brian participa numa conferência na África do Sul. Deveria estar, na realidade, em conferências de negócios, mas hoje ele preferiu vir a Soweto. "Todos nós viemos aqui para homenagear Mandela, porque ele era um combatente pela paz universalmente reconhecido, que lutava pela Igualdade. Todos nós enviamos nossos pensamentos e orações para a sua família", afirma.
Também se encontram turistas alemães entre os visitantes. Jochen Ritzmann de Karlsruhe, fez uma viagem de duas semanas pelo país. Soweto esteve entre os principais pontos do roteiro: "Acho que um pedaço da história está a ser escrito aqui na África do Sul novamente. Acredito que será um dia muito especial, quando o tempo dele se acabar. Acho que toda a África se emocionará e que será muito especial. Não desejo isso a ele e espero que ele não sofra tanto", diz o visitante.
Sua compatriota Gisela Seemann veio com o marido para fazer a própria e atenta leitura sobre a África do Sul, Mandela e seu partido - o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) -, diretamente no local. Também está emocionada. "Vamos visitar a ilha Robben, onde ele ficou preso."