Volodymyr Zelensky: A Ucrânia "não será intimidada"
11 de outubro de 2022Os bombardeamentos russos continuaram na Ucrânia pelo segundo dia consecutivo e deixaram várias regiões às escuras.
A Rússia disparou mísseis contra diversas instalações elétricas. Segundo Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, foi uma missão bem-sucedida.
"As Forças Armadas da Federação Russa continuaram um ataque em larga escala, por terra e pelo ar, com armas de longo alcance e de alta precisão contra alvos militares e instalações elétricas. O objetivo do ataque foi cumprido", ressaltou.
De acordo com as autoridades locais, um terço da cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, ficou sem eletricidade.
Em redor da capital ucraniana, Kiev, 300 povoações também ficaram às escuras. No centro do país, em Dnipro, outro dos alvos dos bombardeamentos russos, o governador pediu aos moradores para pouparem energia para que hospitais e outras infraestruturas vitais pudessem continuar a funcionar. Na região, as temperaturas rondaram hoje os 12 graus centígrados.
As autoridades têm aconselhado os habitantes a coletar madeira e a ter à mão geradores de energia, à medida que o inverno se aproxima.
"Vamos continuar a lutar"
Apesar de tudo isto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garante que o seu país "não será intimidado". Um sentimento ecoado nas ruas de Kiev por vários habitantes.
"[Estes bombardeamentos] são um ato de desespero. Continuam a assustar-nos, mas vamos resistir. Por exemplo, agora, vou para o trabalho", conta uma moradora na capital do país.
"Os ataques fazem com que fiquemos furiosos, não amedrontados. [Putin] tem de ser apanhado no seu covil. Vamos continuar a lutar", garante outro residente.
O Presidente Volodymyr Zelensky adverte, no entanto, que é preciso ter cuidado com o homólogo russo, Vladimir Putin.
"O líder russo está no estágio final do seu reinado, mas ainda tem espaço para agravar [o conflito]. Esta possibilidade é uma ameaça para todos nós."
Criação de escudo aéreo
Zelensky discursou, esta terça-feira (11.10), por videoconferência numa reunião do grupo de sete das maiores economias do mundo, o G7. O Presidente ucraniano aproveitou para pedir mais ajuda.
"Peço-vos para aumentar o esforço global para contribuir financeiramente para a criação de um escudo aéreo para a Ucrânia. Milhões de pessoas ficarão gratas ao Grupo dos Sete por essa ajuda", apelou.
O G7 garantiu que continuará do lado da Ucrânia, o tempo que for preciso.
A NATO anunciou, entretanto, que vai reforçar a segurança marítima depois das fugas nos gasodutos NordStream, que diz terem sido "sabotagem".
"Vamos duplicar a nossa presença no Mar Báltico e no Mar do Norte para mais de 30 navios, apoiados por aeronaves de patrulha marítima e recursos submarinos", disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.
Stoltenberg já tinha avisado, no início do mês, que qualquer ataque contra territórios ou infraestruturas de aliados teria uma resposta.