Zambézia: Motorista envolvido em acidente conduzia a beber
11 de fevereiro de 2022O porta-voz da comissão de inquérito, Celso Lourenço, disse na quinta-feira à comunicação social que o motorista do miniautocarro, que chocou frontalmente com um camião e que transportava 20 das 28 vítimas mortais, saltou do carro a 50 metros do veículo pesado, ficando incapaz de evitar o acidente.
Oito das vítimas seguiam no camião que provocou o sinistro. O motorista do miniautocarro abandonou a viatura, deixando-a desgovernada e preocupando-se em salvar a sua própria vida, enquanto podia ter-se desviado do choque com o camião e evitado o acidente, avançou Lourenço.
"Apesar de ter a faixa de rodagem ocupada, o motorista do transporte semicoletivo de passageiros tinha tudo para evitar o sinistro, saindo da estrada para a berma esquerda, porque no local do acidente a via é reta e tem boa visibilidade", explicou o porta-voz da comissão de inquérito.
Por outro lado, o condutor do veículo que transportava passageiros não estava habilitado para o exercício do serviço público de passageiros.
Celso Lourenço referiu ainda que a apólice de seguro do veículo de transporte de passageiros está em nome de pessoa diferente do proprietário da mesma, o que mostra que o carro acidentado não tinha seguro.
Veículo sobrelotado
O referido veículo estava sobrelotado, transportando 22 passageiros, ou seja, quatro passageiros a mais do que a lotação máxima.
O acidente ocorreu no dia 22 de janeiro no distrito de Mopeia, na sequência de um choque frontal entre um camião de transporte de mercadoria e um miniautocarro de transporte de passageiros.
Três agentes da Polícia de Trânsito que estavam num posto de controlo por onde passaram as viaturas que se envolveram no sinistro foram suspensos, por indício de atuação ilegal na fiscalização dos veículos, indicou o governo da província da Zambézia.
No acidente morreram 28 pessoas, escapando apenas três, incluindo dois passageiros do miniautocarro e o motorista.
Relatórios nacionais e internacionais apontam as estradas moçambicanas como estando entre as mais perigosas para conduzir, devido ao mau estado das vias, condução irregular e elevada corrupção na polícia.