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África à frente da Europa na guerra ao plástico

Katharina Bahn
28 de maio de 2018

Na União Europeia ponderam-se medidas para reduzir os sacos de plástico, mas há muito que estes já são proibidos em Marrocos, na Mauritânia, na Tanzânia e no Ruanda. Em 2017, o Quénia juntou-se ao grupo.

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6. Bildergalerie Kenia Mülldeponie bei Nairobi
No Quénia, há casos de vacas que morreram por ingestão de plásticoFoto: Reuters/T. Mukoya

Em agosto de 2017, o Quénia tornou ilegal produzir, vender e usar sacos de plástico. Significa que até quem visita o país terá de cumprir com a lei. Por exemplo, quem chegar ao aeroporto com os sacos duty free, terá de os deixar lá. Quando a lei saiu, estimava-se que, cada mês, o país usasse cerca de 24 milhões de sacos de plástico.

Njoki Mukiri trabalha como inspetora ambiental em Nairobi. Passeia por um mercado e a sua função é assegurar que ninguém continua a usar sacos de plástico. Apesar de grande parte já cumprir a lei, há que fazer inspeção para se alcançarem objetivos.

Fiscalização é necessária

"Temos de andar por aí e ver o que se passa. Ainda que possamos dizer que 80% já está em conformidade com a lei, ainda há muito para fazer. Estamos a apontar para estarmos mesmo livres de plástico dentro de dois anos”, conta.

Droht der Plastiktüte das Aus
[Foto ilustrativa] O que é retratado na imagem está contra a lei no Quénia.Foto: AP

Há dois meses, Njoki Mukiri encontrou um monte de sacos de plástico num mercado de carne. Dez talhantes foram presos na sequência do incidente. Na altura, a inspetora não foi muito bem recebida pelos comerciantes mas hoje garante que já está tudo bem e contribuiu para que mais gente cumprisse a lei.

Antes da proibição de sacos de plástico, até se viam árvores cobertas de sacos de plástico. Priscilla Mamadi, é uma pastora perdeu quase 50 cabeças de gado devido à poluição de plástico. Para ela, a lei veio melhorar a situação.

 "A situação melhorou, há menos sacos de plástico. O campo costumava estar coberto de sacos, agora está muito mais limpo”, disse.

Todos os anos, só as lojas davam mais de 100 milhões de sacos de plástico aos clientes. Hoje, as pessoas usam sacos feitos de materiais mais sustentáveis. Mas nem toda a gente obedece à lei.

Totalmente ilegal, como as drogas

Njoki Mukiri também inspeciona empresas que fazem embalagens plásticas, que têm de seguir regras estritas, pois nem todo o tipo de embalagens são permitidas. Numa delas empresas, Mukiri deparou-se com a produção de sacos de plástico que vão contra a lei. Para ela, esta é uma batalha muito séria.

África à frente da Europa na guerra ao plástico

"Sacos de plástico, já passámos essa fase. Ponto final. Está na lei. É quase como uma guerra contra drogas. É totalmente ilegal no Quénia”, explica.

Não cumprir a lei tem um preço, com multas que podem ir até 30 mil euros ou 4 anos a prisão. E o gestor da empresa incumpridora ficará sob custódia. É um grande preço a para pagar, mas o Quénia espera que estas leis ajudem o país a ficar livre de sacos de plástico para sempre.

Outros exemplos

O Quénia não é caso único em África. No Ruanda, os sacos de plástico já são proibidos há 10 anos, havendo uma "política de tolerância zero” contra esses sacos.

O Zimbabué também já implementou políticas que proíbem embalagens feitas a partir de certos tipos de materiais que são prejudiciais para o ambiente. 

Moçambique também já proibiu certos tipos de sacos de plástico.

Em média, todos os anos, mais de 600 mil milhões de sacos de plástico são produzidos a nível mundial.

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