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HistóriaAlemanha

1939: Programa nazista de extermínio de judeus e não arianos

Doris BulauPublicado 1 de setembro de 2016Última atualização 1 de setembro de 2021

Em 1º de setembro de 1939, Hitler assinou a autorização para que médicos e psiquiatras a concedessem "morte de misericórdia" a doentes incuráveis, deficientes mentais e físicos, assim acabar com judeus e "não arianos".

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Stacheldrahtzaun im Konzentrationslager Dachau: Am 21. März 1933 gab Heinrich Himmler die Errichtung eines Konzentrationslagers in Dachau in Auftrag. Damit begann in Dachau ein Terrorsystem, das mit keinem anderen staatlichen Verfolgungs- und Strafsystem verglichen werden kann. Die ersten Häftlinge waren politische Gegner des Regimes, Kommunisten, Sozialdemokraten, Gewerkschafter, vereinzelt auch Mitglieder konservativer und liberaler Parteien. Auch die ersten jüdischen Häftlinge wurden auf Grund ihrer politischen Gegnerschaft in das Konzentrationslager Dachau eingeliefert. In den folgenden Jahren wurden immer neue Gruppen nach Dachau verschleppt: Juden, Homosexuelle, Zigeuner, Zeugen Jehovas, Geistliche u.a. Allein als Folge des Novemberpogroms, der sogenannten Reichskristallnacht, wurden mehr als 10.000 Juden in das Konzentrationslager Dachau gebracht. Insgesamt waren über 200.000 Häftlinge aus mehr als 30 Staaten in Dachau inhaftiert. (Foto vom 25.10.2002)
Foto: picture-alliance / dpa

Depois que a burocracia alemã do Terceiro Reich executou as medidas de desapropriação e concentração dos judeus, o regime nazista chegou a um ponto crítico. Qualquer passo adiante significaria o fim a existência do judaísmo na Europa ocupada. No jargão nazista, a superação desse limite era descrito como a "solução final da questão dos judeus".

Na verdade, a expressão "solução final" era um eufemismo para a palavra "morte". O objetivo era matar todos os judeus e pessoas "não arianas", que aos olhos dos algozes nazistas eram "indignos de viver".

Em 1º de setembro de 1939, Adolf Hitler assinou um decreto autorizando os médicos e psiquiatras a concederem o que chamavam de "morte de misericórdia" a doentes incuráveis, deficientes mentais e físicos. Esse programa de "eutanásia" atingia todos os cidadãos judeus na Alemanha.

Uma das testemunhas dessa máquina mortífera, o tenente Peter von der Osten, lembra que "não se ouviam nem gritos nem tiros. Eles (os judeus) eram impelidos para a morte pelos alemães, mas sem gritos. Pode-se dizer que pairava no ar um silêncio de morte, algo muito deprimente".

Óculos, único auxílio permitido

A partir da tomada do poder pelos nazistas, os judeus passaram a ter uma existência fantasma na Alemanha. Diariamente, eram decretadas novas proibições e manobras maliciosas. O sobrevivente berlinense Hans-Oskar Löwenstein lembra que os nazistas confiscaram quase todos os pertences dos judeus: telefones, rádios, toca-discos, máquinas fotográficas.

"O único equipamento que se podia usar eram óculos. A água quente foi bloqueada e o acesso aos elevadores e às sacadas de frente para o passeio público. Nas cozinhas, os fogões a gás e elétricos foram lacrados. À disposição dos judeus residentes no seu edifício ficaram apenas dois fogões a gás e dois fervedores elétricos. Era, portanto, uma situação terrível. Peixes de aquário, flores, plantas ornamentais, tudo era proibido para os judeus.

Câmaras de gás

O "programa da eutanásia" abrangeu três operações: matança de cinco mil portadores da síndrome de Down e crianças deficientes físicas em orfanatos; fuzilamento ou morte nas câmaras de gás de 70 mil adultos, entre eles deficientes físicos e mentais; ampliação da máquina de extermínio, inicialmente planejada somente para a Alemanha, aos territórios ocupados da Polônia.

A sobrevivente Rozele Goldstein não consegue esquecer os horrores do Holocausto: "Eu realmente não tinha esperanças de sobreviver. Quando estava uns cinco minutos deitada na vala, pensei que a morte ainda viria. Só notei que ainda estava viva quando ouvi os assassinos indo embora cantando, bêbados".

Extermínio geral

O policial Jouzaz Maleksames defendeu-se da acusação de haver participado do extermínio de judeus na Letônia. "Não nos preocupamos com os judeus; isso não nos interessava. Não ouvimos nada a respeito do fuzilamento de judeus, ciganos ou civis", diz.

Os carrascos nazistas, porém, eram solícitos quando recebiam ordens de seus superiores, não importando se as vítimas eram crianças, mulheres ou homens recolhidos em hospitais ou clínicas psiquiátricas ou se, além disso, eram judeus, ciganos, homossexuais ou simplesmente "não arianos". Segundo o soldado Reinhold Emmer, "era impossível opor-se às ordens superiores".

Deportações

As deportações corriam a todo vapor desde o início da guerra. Inicialmente para Buchenwald, mais tarde também para Auschwitz, Treblinka e Sobibor, onde as câmaras de gás funcionavam sem cessar.

Já na rampa de desembarque, os médicos nazistas examinavam os deportados que chegavam nos trens superlotados. Idosos, crianças, doentes e pessoas frágeis eram mandados diretamente para as câmaras de gás ou comandos de fuzilamento.

Quem conseguira suportar o esgotamento físico da viagem era submetido a trabalhos forçados. Anãos, gêmeos e deficientes físicos que chamassem a atenção do médicos eram selecionados para experiências genéticas e morriam em consequência da brutalidade dos testes de laboratório.