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HistóriaGrécia

1968: Jackie Kennedy casava-se com Onassis

Doris Bulau Publicado 20 de outubro de 2012Última atualização 20 de outubro de 2017

No dia 20 de outubro de 1968, a viúva do presidente americano assassinado casava-se com o bilionário grego Aristóteles Onassis.

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Os noivos Jacqueline Kennedy e Aristoteles Onassis em 1968
Casamento de Jacqueline Kennedy e Aristoteles Onassis na GréciaFoto: picture-alliance/AP-Photo

No dia do seu casamento na ilha particular de Skorpius, na Grécia, ficou claro que o bilionário grego Aristóteles Onassis podia comprar tudo, inclusive a viúva mais famosa do mundo, Jacqueline Kennedy. Como escreveu o biógrafo de Onassis, Peter Evans, o "rei dos navios-tanque" achava o trabalho mais excitante que o sexo. Mesmo assim, estava sempre atrás de mulheres.

Sua moradia – e ao mesmo tempo local de trabalho – era o iate Christina. O homenzinho de 1,65 m de altura detestava escritórios. Preferia viajar sem mala e sem dinheiro, levava apenas o telefone e sua agenda marrom. Ele mesmo dizia que não existe receita para tornar-se o homem mais rico do mundo, mas admitia que eram necessários muito trabalho, muita reflexão e uma boa porção de sorte.

Anfitrião de ricos e famosos

Ele conheceu Jacqueline em 1963, quando a então primeira-dama dos Estados Unidos passou duas semanas no seu iate para se recuperar do nascimento seguido de morte do terceiro filho dela. Onassis vivia de puro luxo e conhecia quase todos os ricos e famosos do planeta. Era comum hospedar beldades como Liz Taylor e Greta Garbo, ou personalidades políticas como Winston Churchill.

Nascido na Turquia, Aristóteles Onassis pisou em solo grego pela primeira vez aos 16 anos. Ele deixou a cidade natal, Smirna, depois que os turcos queimaram a casa de seus pais e mataram seus parentes durante a guerra entre Grécia e Turquia, em 1922. Seu primeiro milhão, ele faturou no Brasil e na Argentina, com o comércio de tabaco.

A base para os milhões seguintes foi lançada na década de 30, quando comprou seis navios de uma companhia marítima canadense por um décimo do preço que valiam. Em 1935, iniciou-se no ramo dos navios-tanque e faturou milhões no transporte para os Aliados durante a 2ª Guerra Mundial.

Athina e Maria Callas

Em 1946, Onassis casou-se com Athina Livanos, filha de um importante armador grego. O casamento, mantido apenas nas aparências, trouxe-lhe dois filhos: Alexander e Christina. Outra mulher que seduziu o milionário foi a também grega e cantora Maria Callas. Como escreveu o biógrafo, "a fama dela era importante para ele. Outros colecionavam obras de arte. Ele tinha conseguido a mais famosa cantora de ópera".

Durante nove anos, Callas acompanhou Onassis. Ela dedicou-se à arte; ele, aos negócios. Quando John Kennedy foi assassinado, em 1963, o milionário voltou a desenvolver seu instinto de caçador: desta vez o alvo foi a jovem viúva Jacqueline. No casamento, ele tinha 62 anos e ela, 39.

O mundo ficou perplexo, quando Jackie optou por Onassis e não por uma liderança política ou um aristocrata famoso. A imprensa sensacionalista destacou em letras garrafais: "A América perdeu uma santa". Ou como comparou o jornalista grego Dimitris Limberopoulos: "Onassis tirou o quadro de santa da parede e o jogou na cama!".

Onassis morreu em 1975, aos 69 anos, de uma infecção pulmonar em Paris, antes da consumação do divórcio. Jacqueline retornou à companhia dos filhos nos Estados Unidos, onde sua vida reservada reconquistou a simpatia de muitos americanos. Ela morreu de câncer em 1994.