17 de março de 1986

"Naquela época, eu trabalhava para a assessoria de imprensa e estava presente quando ele passou mal durante uma apresentação aos clientes, em plena feira, falecendo mais tarde", conta Ingrid Nachtmann. Ao morrer, Heinz Nixdorf deixava a quarta maior empresa europeia de computadores. A hoje Wincor Nixdorf pouco tem a ver com a firma criada por Heinz Nixdorf, nascido em 9 de abril de 1925, em Paderborn, como o mais velho dos cinco filhos de um ferroviário. Ele sempre fora um estudante com extraordinário talento em matemática e ciências naturais, com brilhante pensamento analítico.

Em 1952, interrompeu os estudos para abrir a Nixdorf Computer Corporation, convencido de que a sociedade do futuro não sobreviveria sem calculadoras, máquinas de escrever e computadores. O crescimento da empresa foi rápido. Em 1966, faturou 28 milhões de marcos. Dez anos mais tarde, já eram 690 milhões.

Com os dois pés no chão

Mesmo assim, o sucesso não lhe subiu à cabeça, como conta Ingrid Nachtmann: "Ele era um empresário com os dois pés no chão, que sempre estava do lado dos funcionários". Seus clientes preferenciais eram os pequenos e médios empresários, também os bancos e o mercado varejista. Nixdorf concentrou-se em software de fácil uso e computadores compactos, conseguindo impor-se diante da IBM, líder de mercado.

Quatro anos depois de sua morte, a corporação uniu-se à Siemens nas áreas de processamento de dados e técnica de informações. Era o encontro de dois mundos completamente diferentes, lembra Reinhard Rabenstein, vice-presidente sênior da Wincor Nixdorf. "Foi o encontro de dois tipos completamente diferentes de empresários: nós, de tênis, informais; os de Munique, de terno e gravata".

Quando a Siemens Nixdorf fundiu-se com a Siemens, tornando-se Fujitsu Siemens, a autoridade controladora dos cartéis exigiu a separação dos setores de bancos e de comércio, sendo criada a atual Wincor Nixdorf Limitada.