17 de junho de 2002
Fritz Walter começou a jogar futebol aos 8 anos de idade no Kaiserslautern, clube a que sempre pertenceria. Já aos 17 anos foi promovido ao time principal. O atacante demonstrou logo seu talento de goleador.
Conquistou renome internacional, contudo, jogando no meio de campo, onde se tornou um dos maiores nomes da história do futebol alemão. Com o Kaiserslautern, foi campeão alemão em 1951 e em 1953.
Desde 1940, Fritz Walter integrava a seleção alemã, mas a carreira foi interrompida pela Segunda Guerra. Ele teve que se alistar, tornando-se paraquedista do Exército alemão. Foi feito prisioneiro no Leste Europeu e, terminada a guerra, nunca mais pôs os pés num avião. O veterano Fritz Walter só voltou a vestir a camisa da seleção alemã em 1951.
Herói de Berna
Na Copa do Mundo de 1954, na Suíça, já contava 34 anos de idade. Mas foi ele quem liderou e conduziu a vitória do time alemão sobre a Hungria do legendário Puskas, na partida final em Berna. Com isto, a Alemanha conquistou o seu primeiro título mundial de futebol e Fritz Walter transformou-se, para os alemães, no Herói de Berna.
Seu carisma foi fundamental não só para o sucesso da equipe, mas também fora dos gramados, dando nova autoconfiança ao povo alemão, num país destruído pela guerra.
Fim da carreira
Quatro anos depois, na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, ele ainda se manteve como capitão do selecionado alemão, que acabou sendo eliminado nas semifinais.
No ano seguinte, Fritz Walter pendurou as chuteiras, depois de uma grandiosa carreira esportiva. Jogou 61 vezes com a camisa da seleção alemã e marcou 33 gols. O estádio do Kaiserslautern foi batizado com o seu nome em 1985.
Reações à morte
Fritz Walter morreu aos 81 anos em 17 de junho de 2002, durante a Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul. Ao saber da notícia no dia seguinte, o presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Gerhard Mayer-Vorfelder, se comoveu: "Um grande ídolo do futebol nos abandonou. Ele foi um grande exemplo de simplicidade e espírito esportivo. Walter continuará vivo em nossa memória."
O então técnico Rudi Völler também ficou bastante sensibilizado. "O sucesso nunca lhe subiu à cabeça; ele sempre foi aquela pessoa simples e querida. Walter é bem mais do que um ídolo", acentuou Völler.
"Estamos bem consternados. A gente ainda tem na lembrança a imagem em preto e branco de Walter recebendo a Taça Jules Rimet", disse o então goleiro da seleção alemã, Oliver Kahn. Jogador do Kaiserslautern e que conhecia Fritz Walter pessoalmente, o atacante Miroslav Klose ficou tão abalado que não quis se pronunciar a respeito.
Em homenagem ao Herói de Berna, os jogadores alemães usaram uma tarja preta no braço na vitória de 1 a 0 sobre os Estados Unidos pelas quartas-de-final do mundial, quatro dias depois. A seleção terminou como vice-campeã, derrotada pelo Brasil na final por 2 a 0.
(am/ms/mw)