40 vezes Orgulho LGBT em Berlim
Capital alemã está celebrando pela 40ª vez a parada também denominada CSD. Mas ela vai além das questões gays, abarcando causas como direitos humanos e ambientalismo.
Festa da tolerância
A capital da Alemanha ostenta uma das maiores paradas do Orgulho LGBT do país. A tradição remonta ao fim da década de 70, e foi crescendo de importância, já reunindo meio milhão de espectadores a cada ano. Na foto, participantes de 2018 reivindicam: "Um mundo... para a tolerância... para o amor... para o respeito".
Pioneiro
Bernd Gaiser, ativista de longa data dos direitos gays, fundou o Berlin Pride em 1979. Como revelou ao jornal "Die Zeit" em 2018, sua comunidade deu-se conta de que "só saindo em público e confrontando a sociedade, nós, homens gays e lésbicas, podemos forçá-los a mudar sua atitude a nosso respeito". Cerca de 500 pessoas participaram da primeira celebração do Orgulho Gay.
Luta por direitos
A cada ano a parada do Dia do Orgulho LGBT de Berlim aborda um tema diferente, definido por um fórum público. Em 1998, pela primeira vez a festa se tornou política: "Exigimos direitos iguais", era seu tema. Até o ano de 2001, casais do mesmo sexo da Alemanha não tinham sequer suas uniões civis reconhecidas.
Christopher Street Day
Em certas cidades alemãs, o Dia do Orgulho LGBT é conhecido como Christopher Street Day, ou CSD. A Christopher Street de Nova York é a locação do bar gay Stonewall Inn, em que, na madrugada de 28 de julho de 1969, a polícia fez uma batida brutal. Seguiram-se violentas manifestações de gays e lésbicas contra a força policial excessiva, que ficaram conhecidas como Protestos de Stonewall.
Apoio de centro-esquerda
Em fevereiro de 2001, as uniões civis dos casais homossexuais passaram a ser reconhecidas na Alemanha. Isso se deveu, em grande parte, aos esforços do Partido Social-Democrata (SPD), que fez passar a lei apesar da resistência da parceira de coalizão governamental União Democrata-Cristã (CDU). Em solidariedade, o presidente do Parlamento Wolfgang Thierse (e) prestigiou o Berlin Pride daquele ano.
Ativistas de todas as formas
Em 2014, quando a luta para legalizar o casamento homossexual estava esquentando, o comissário de polícia do estado de Brandemburgo se expôs a uma ação disciplinar ao marchar de uniforme na Parada do Orgulho LGBT, sem permissão superior. Ao longo dos anos, o CSD de Berlim se transformou numa das maiores celebrações gays do mundo.
Legalização do matrimônio
A parada de 2017 foi a última antes de o casamento entre pessoas do mesmo sexo ser legalizado na Alemanha. Em outubro, a chanceler federal democrata-cristã, Angela Merkel, conseguiu permitir que a lei fosse aprovada – sem ter que se envolver pessoalmente e contrariando as alas mais conservadoras do partido. No entanto a comunidade ainda é discriminada em diversos aspectos, como na lei de adoção.
Orgulho multiplicado por mil
De 500 espectadores em 1979, o Berlin Pride agora tem uma média de 500 mil participantes por ano. A celebração não é mais apenas para a comunidade LGBT, mas também para seus aliados e simpatizantes.
Para além do LGBT
A Parada do Orgulho LGBT de Berlim é frequentemente política, promovendo causas que vão muito além dos interesses imediatos da comunidade, como os direitos humanos e o meio ambiente. Na foto, a artista brasileira Amasonia reivindica: "Vamos evitar lixo plástico!"