A Ópera Semper, em Dresden
Considerada uma das mais belas casas de ópera da Europa, a Semperoper tornou famoso o autor do projeto, o arquiteto Gottfried Semper, por causa da excelente acústica.
História turbulenta
Ela é um destaque do centro histórico de Dresden. Poucos sabem que este prédio já é a terceira versão da Ópera Semper. A primeira, de 1840, foi totalmente destruída por um incêndio. A segunda foi arrasada pelas bombas da Segunda Guerra Mundial. A cuidadosa reconstrução de edifício se deve também à insistência dos habitantes da cidade.
Projeto desenhado no exílio
Assim era a primeira versão da Ópera Semper, que pegou fogo em 1869. O arquiteto Gottfried Semper, autor do projeto, foi encarregado de reconstruir o edifício, mas não podia voltar à cidade, por ser procurado pela polícia, acusado de participar das revoluções de 1848. Ele projetou a nova construção no exílio, em Viena, e seu filho Manfred liderou as obras em Dresden, seguindo as instruções do pai.
Destruição na Segunda Guerra
Mas a segunda versão da Ópera Semper também não durou muito. O bombardeio de Dresden, em fevereiro de 1945, destruiu palco e auditório. O resto do edifício foi consumido por um incêndio. Nos anos do pós-guerra, a fachada foi refeita, e a reconstrução do interior começou em 1977. Exatamente 40 anos depois de sua destruição, a ópera foi reaberta em 13 de fevereiro de 1985.
Gesso minimiza risco de incêndio
Graças aos inúmeros esboços originais de Semper, muitos detalhes puderam ser reconstruídos. Nos trabalhos no teto do foyer, os restauradores descobriram até mesmo alguns afrescos originais. O revestimento da parede, que parece de carvalho, é feito de gesso pintado. Com a ideia, Semper visou reduzir o risco de incêndio.
Suntuosas escadarias
As colunas de mármore no hall de entrada, através do qual o visitante se aproxima do salão, o ponto alto da casa, também são imitações. Elaboradas meticulosamente, elas não se prestaram a reduzir custos, mas a corresponder ao estilo escolhido por Semper: o alto renascimento italiano.
Camarote para convidados
No salão da Ópera Semper, a reconstrução trouxe algumas mudanças. Para uma melhor visualização, o piso e as fileiras de assentos foram ligeiramente inclinados. Para ganhar mais espaço, a parede foi colocada uns poucos metros para fora. Em troca, diversos camarotes deixaram de existir. Apenas um sobrou, bem no meio, reservado a convidados do governo do estado da Saxônia.
Lugares cobiçados
Concertos, óperas e balés são realizados neste palco frequentemente com casa lotada. A Ópera Semper, com seus 1.300 assentos, é a casa de ópera economicamente mais lucrativa da Alemanha. Atores e cantores não precisam de microfone, graças à excelente acústica. A orquestra da casa, a Sächsische Staatskapelle, está entre as mais antigas do mundo.
Original derretido
O lustre, pendurado no teto ornamentado do salão, pesa 1,9 tonelada e é preso por inúmeras cordas. Ele sobreviveu, como por milagre, às bombas na Segunda Guerra, mas não à sede por metais não ferrosos dos primeiros anos da Alemanha Oriental. O original foi derretido. O lustre atual é uma réplica.
Foyer principal
Estes corredores arqueados do saguão principal no primeiro andar encantam os visitantes da ópera nas pausas dos espetáculos. Aqui também os ornamentos do teto em estuque puderam ser restaurados de acordo com os desenhos originais de Semper. As grandes janelas convidam a um olhar para fora, onde fica a Theaterplatz, a praça mais importante de Dresden do ponto de vista da história da arquitetura.
Theaterplatz
Nos arredores da Theaterplaz (praça do teatro) estão a igreja barroca Katholische Hofkirche e o palácio renascentista Residenzschloss, onde residiam os reis, e que foi recentemente restaurado. No canto direito, o Schinkelwache, prédio em estilo clássico. No verão, a praça é palco de concertos ao ar livre.
A Florença do Elba
A Ópera Semper (no canto direito) é uma das várias atrações turísticas reconstruídas do centro antigo de Dresden. Para os habitantes de Dresden, ela é mais do que uma mera casa de ópera. Graças à sua restauração, o edifício devolveu à cidade um pedaço de sua antiga silhueta, assim como de sua identidade, se tornando um sinal de reconciliação com o passado.