A busca por fósseis na Amazônia
Paleontólogos brasileiros desvendam os mistérios do passado da Amazônia.
Paleontologia na Amazônia
A temporada seca na Amazônia é a época em que pesquisadores saem em campo atrás de fósseis. Nas margens do Purus, no sul do Amazonas, paleontólogos da Universidade Federal do Acre e da Universidade Federal do Amazonas vasculham o barranco exposto. O lugar reserva fragmentos de vidas guardadas desde o Mioceno, entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás.
Coleta de fósseis
Martelo de geólogo, facas, pincéis, instrumentos de dentista, cola, papel higiênico: a lista de ferramentas usadas numa escavação paleontológica é variada. A retirada dos fragmentos precisa ser meticulosa, diz Francisco Ricardo Negri, professor da UFAC. O papel higiênico serve para embalar bem as peças e protegê-las durante o transporte.
Folha fossilizada
A impressão da folha fóssil deixada na rocha pode ter mais de oito milhões de anos. A pesquisa feita em laboratório após a coleta é importante para entender o tipo de vegetação que havia nesta parte da Amazônia nas eras passadas e como ela evoluiu para o estágio atual da floresta.
Parente milenar do jacaré
Um fóssil retirado do afloramento na margem do Purus. Edson Guilherme, pesquisador da UFAC que identificou o fragmento, afirma se tratar de uma espécie da Ordem Crocodylia que viveu na região amazônica entre 10 milhões e 8 milhões de anos.
Purussaurus brasiliensis
Réplica em tamanho real do maior jacaré que já pisou no planeta e viveu na Amazônia, "Purussaurus brasiliensis", o "réptil brasileiro do rio Purus". O crânio fóssil que serviu de modelo foi encontrado em 1986 por Jonas Pereira de Souza Filho, paleontólogo aposentado e ex-reitor da UFAC.
Povo Apurinã
A faixa de terra onde pesquisadores encontraram fósseis é reivindicada pelo povo Apurinã, que vive às margens do rio Purus. Por liderar seu povo, brigar pela demarcação da Terra Indígena e denunciar o desmatamento ilegal do território de Floresta Amazônica onde vivem, cacique Francisco Umanary é ameaçado de morte.
Vida à beira do rio
O rio Purus nasce no Peru e tem sua maior parte dentro do território brasileiro, cerca de 93%. Ele corta os estados do Acre e Amazonas até desaguar no rio Solimões. Com mais de 3.500 metros de extensão, o Purus tem comunidades ribeirinhas dispersas por seu trajeto que dependem de suas águas para pesca, escoar produtos e acessar serviços básicos de saúde.
Fumaça das queimadas
O céu encoberto pela fumaça das queimadas virou uma constante no sul do Amazonas na época seca. Em Boca do Acre, cidade que concentra o segundo maior rebanho bovino do estado, o fogo fez estragos. A Amazônia registrou no mês passado o pior agosto dos últimos 15 anos no número de focos de incêndio.