8 de dezembro de 2002
A integração com a Europa Ocidental é uma meta prioritária da Hungria desde o fim do bloco socialista, em 1989/90. Com 10 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento econômico de 3,8%, o país vem se esforçando desde aquela época para preencher os critérios de aceitação estabelecidos pela UE. O processo de integração econômica já está numa fase adiantada. Em 2001, quase três quartos das exportações húngaras foram para a UE e as importações de países comunidade chegaram a 58%.
As negociações concretas com a UE, iniciadas há quatro anos, foram tranqüilas e tiveram rápidos avanços. Mesmo assim, ainda há muito por fazer. O último relatório da UE sobre a Hungria, divulgado em outubro passado, critica – por exemplo – os atrasos na política agrícola, regional e ambiental, exigindo também uma reforma do sistema de saúde, praticamente falido. Bruxelas também exige a diminuição do déficit orçamentário, que deverá chegar a 8,7% do PIB no ano corrente. Em 2001, este índice se limitou a 4,3%. No ano 2000, o endividamento público chegara a 55,7% do PIB.
O mais importante para Tamás Tóth, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em Budapeste, é que a Hungria é um Estado democrático e uma economia de mercado estável. "O ingresso na comunidade encerra o processo de transformação econômica, reintegrando a Hungria ao continente a que ela sempre pertenceu em seus 1100 anos de história", ressalta Tóth.
É justamente este sentimento que leva a população a apoiar o ingresso do país na UE, segundo sempre revelaram as enquetes. Em 1995, a idéia já agradava a 65% dos húngaros. As mais recentes pesquisas revelam que o índice de aprovação já chega a 80%, sendo que apenas 9% da população prefere se manter à parte da União Européia. Segundo Tóth, a ampla aceitação se deve em grande parte à política de persuasão do governo. Assim como os governos anteriores, a coalizão social-liberal do premiê Péter Medgyessy não poupou esforços para fazer propaganda pelo ingresso na UE.
Mas não são apenas os países candidatos que terão vantagens com a expansão da UE para o Leste Europeu, lembra Tamás Tóth: "Do ponto de vista econômico, isso impulsionará o crescimento de mercados onde a UE e a Alemanha poderão estar presentes. A Hungria vai trazer valores culturais e econômicos que fortalecerão a UE e a tornará mais competitiva, sobretudo perante outras potências econômicas e políticas, como os Estados Unidos e o Japão. Na verdade, a UE só tem a ganhar com o ingresso da Hungria."