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A uma semana da eleição, FBI cria nova controvérsia

2 de novembro de 2016

Após ressuscitar escândalo dos e-mails de Hillary, agência divulga material sobre perdão presidencial concedido por Bill Clinton em seu último dia na Casa Branca. Campanha democrata questiona momento escolhido.

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O FBI gera nova polêmica com os Clinton, dessa vez, ao lançar dúvidas sobre perdão presidencial
O FBI gera nova polêmica com os Clinton, dessa vez, ao lançar dúvidas sobre perdão presidencial Foto: Getty Images/J. Sullivan

O FBI divulgou nesta terça-feira (01/10) documentos sobre o perdão presidencial concedido em 2001 pelo então presidente Bill Clinton a Marc Rich, um milionário americano, casado com uma importante doadora democrata, que estava foragido da Justiça por evasão fiscal e por fazer negócios ilegais com o Irã.

Embora os arquivos sobre o inquérito não apresentem grandes novidades – muitos trechos foram riscados por questões de privacidade – a divulgação volta a pôr em questão o papel da polícia federal americana na reta final da campanha presidencial.

Na semana passada, o FBI ressuscitou o escândalo dos e-mails de Hillary Clinton, principal pedra no sapato da candidata democrata, ao anunciar perante o Congresso ter encontrado material possivelmente ligado ao caso, encerrado há meses.

Concedido em 20 de janeiro de 2001, seu último dia na Casa Branca, o perdão é uma das medidas mais controversas de Bill Clinton como presidente. Rich estava foragido para evitar ser julgado por realizar negócios com o Irã, o que era proibido na época. Seu nome constava na listas dos mais procurados pelo FBI. Na época de seu indiciamento ele vivia na Suíça, onde morreu em 2013.

A imprensa americana afirma que a divulgação dos documentos ocorreu no âmbito da lei de liberdade de informação, que obriga os órgãos públicos a fornecerem dados e comunicações solicitadas por qualquer pessoa, mediante algumas regras e desde que seja de interesse público. Em nota, o FBI afirmou que agiu dentro dos padrões.

"De acordo com o procedimento habitual da lei [da liberdade de informação], estes materiais foram publicados quando ficaram disponíveis e foram disponibilizados automática e eletronicamente [...] de acordo com a lei e os procedimentos habituais", diz o comunicado. A agência afirma ainda que a divulgação foi apenas "preliminar", e que materiais adicionais "poderão ser divulgado em breve".

A esposa de Rich, Denise Eisenberg, era uma grande doadora dos Clinton, o que levou as autoridades a tentar estabelecer uma ligação entre o perdão presidencial e os financiamentos. Bill Clinton negou ter conhecimento dessas contribuições.

A investigação ficou a cargo do então promotor James Comey, atualmente o diretor do FBI responsável por anunciar na semana passada, a poucos dias das eleições, a nova investigação sobre os emails de Hillary descobertos num aparelho pertencente a sua assistente. O inquérito sobre o perdão presidencial a Rich foi concluído em 2005, sem acusações.

Brian Fallon, porta-voz da campanha de Hillary, afirmou ser "estranho" que o FBI tenha tornado públicas essas informações justo neste momento, uma vez que, em sua interpretação, a lei não estabelece um prazo para a divulgação de documentos oficiais.

RC/afp/ap