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Acordo bilionário com russos poderá tirar Grécia do sufoco

18 de abril de 2015

Segundo site alemão "Spiegel Online", Moscou pode adiantar até 5 bilhões de euros a Atenas em acordo envolvendo gasoduto que passará por território grego. Enquanto isso, seguem negociações com credores europeus.

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Russland Griechenland Tsipras bei Putin
Foto: picture-alliance/dpa/Zemlianichenko

O site alemão de notícias Spiegel Online noticia que já na próxima terça-feira (21/04) Atenas deverá assinar um acordo energético com a Rússia, o qual poderá render até 5 bilhões de euros para os cofres gregos, atualmente vazios. Trata-se do adiantamento para um negócio envolvendo a construção de um gasoduto que transportará combustível russo a países europeus através da Turquia e Grécia, afirma o veículo alemão.

A edição deste sábado do semanário grego Agora confirma que a Grécia está contando com esse acordo com Moscou: "O governo espera receber esses recursos rapidamente do Kremlin. Com isso, as negociações com os parceiros europeus poderão ser adiadas até junho."

Desde fevereiro, o governo grego mantém negociações tensas com representantes europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI) pela liberação de mais crédito ao país. Apesar de o programa de resgate ter sido estendido até junho, como Atenas não cumpriu as condições impostas os credores suspenderam o pagamento de 7,2 bilhões de euros. Em troca dos recursos, eles exigem a implantação de duras reformas.

O acordo com os russos "poderá mudar a maré para a Grécia", afirmou um alto funcionário do partido de esquerda Syriza, no poder em Atenas. Ainda segundo o esquerdista, que estaria lidando diretamente com o processo, o acordo foi discutido há dez dias com o presidente russo, Vladimir Putin, durante visita a Moscou do primeiro-ministro grego, Alex Tsipras, e de seu ministro de Energia, Panagiotis Lafazanis.

A verba a ser liberada pelo Kremlin é um adiantamento das taxas que a Grécia cobrará pelo transporte do gás russo. Está prevista para 2019 a entrada em funcionamento do gasoduto, que não foi aprovado pela União Europeia.

Grécia e credores prosseguem conversas

Neste sábado, o Grupo de Bruxelas – formado pela Grécia, UE, Banco Central Europeu (BCE) e FMI – encontra-se em Paris para discutir o programa de resgate para Atenas e as reformas necessárias à liberação das verbas.

O Mecanismo de Estabilidade Europeia (MEE) também participará das negociações. Ele é responsável pela emissão de títulos e outros instrumentos de débito nos mercados financeiros, a fim de levantar capital de ajuda aos Estados-membros.

Uma fonte europeia afirmou à agência de notícias AFP que o problema "não é falta de diálogo, mas sim de trabalho técnico". "Faltam números no processo, tabelas detalhadas", comentou.

Na próxima sexta-feira, ministros de Finanças da zona do euro se reunirão em Riga para tentar avançar nas conversas. A Grécia espera receber 7,2 bilhões de euros para evitar a bancarrota e poder saldar suas dívidas junto ao FMI e ao BCE.

No entanto, o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble, parte do princípio de que não se alcançará um acordo rapidamente. "Não há nada novo e estou certo de que não haverá nada novo na semana que vem em Riga", afirmou na sexta-feira, antes de um encontro com o FMI.

Berlim, um dos maiores credores gregos, tem pressionado Atenas a implantar medidas de austeridade e outras mudanças como condição para oferecer mais crédito ao país endividado.

Obama cobra reformas

Nesta sexta-feira, em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu que a Grécia, assim como outros países da zona do euro em dificuldades econômicas, disponha de certa flexibilidade para impulsionar a demanda e dar esperança à população.

No entanto, ressaltou, o país em crise precisa tomar "decisões duras". "A Grécia precisa iniciar reformas, coletar impostos, reduzir a burocracia. Eles precisam ter práticas trabalhistas mais flexíveis", instou o chefe de Estado americano.

MSB/afp/ap/rtr/dpa