"Acordo deve incluir direito de Israel de existir"
3 de abril de 2015O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu nesta sexta-feira (03/04) que qualquer acordo definitivo sobre o programa nuclear do Irã inclua o reconhecimento à existência de Israel como Estado por parte de Teerã.
"O Irã é um regime que pede abertamente a destruição de Israel e trabalha aberta e ativamente com este fim", afirmou Netanyahu. Ele acredita que o regime iraniano não merece confiança do Ocidente.
Depois de 12 anos de negociações, as potências mundiais chegaram a um acordo capaz de frear o controverso programa nuclear iraniano. Um tratado final deve ser elaborado até o fim de junho e vai contemplar o fim das sanções ao regime dos aiatolás.
Netanyahu disse que todo seu gabinete de segurança "se opõe veementemente" ao acordo. Segundo ele, o pacto é insuficiente para eliminar o risco de que Teerã tenha uma bomba atômica – da qual Israel teme que venha a ser o primeiro alvo.
"Israel exige que o acordo final com o Irã inclua um compromisso claro e sem ambiguidade sobre o direito de Israel de existir", afirmou Netanyahu. "Há uma terceira alternativa: aumentar a pressão sobre o Irã até que se consiga um acordo melhor."
Na quinta-feira, o ministro israelense da Economia, Naftali Bennett, sugeriu indiretamente que o acordo é comparável ao entendimento firmado entre o premiê britânico Neville Chamberlain e Adolf Hitler antes da Segunda Guerra Mundial.
"O regime de terror islâmico mais radical do mundo recebe um selo kosher oficial para o seu programa nuclear ilegal", disse Bennett, membro do partido de direita Casa Judaica.
Teerã: "Depende também do outro lado"
Um dia após o fim das reuniões em Lausanne, o presidente iraniano, Hassan Rohani, disse que vai honrar o acordo nuclear preliminar, desde que as potências mundiais se atenham à sua parte da negociação.
"Se nós fizemos uma promessa, vamos agir com base nessa promessa. É claro que isso depende do outro lado tomar medidas sobre as suas promessas também", afirmou, em discurso televisionado à nação.
Segundo ele, as potências mundiais precisam aceitar agora que o Irã enriqueça urânio em seu próprio solo, algo que viam antes como uma ameaça à região.
O pacto prevê que o programa de enriquecimento de urânio seja limitado e supervisionado internacionalmente por um período de até 25 anos. Além disso, estabelece o envio ao exterior ou a dissolução de 95% do urânio já produzido no Irã e o levantamento das sanções econômicas que pesam sobre o país.
RPR/rtr/efe