Netanyahu: acordo com Irã é "erro histórico"
14 de julho de 2015O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira (14/07) que o recém-anunciado acordo sobre o programa nuclear iraniano é um "grave erro de proporções históricas".
"Em todas as áreas em que se deveria evitar que o Irã tivesse capacidade de desenvolver armas nucleares, houve grandes concessões", divulgou o gabinete do primeiro-ministro israelense, citando suas palavras. "O Irã vai conseguir uma bolada de centenas de bilhões de dólares, o que vai possibilitar que o país continue a exercer sua agressão e terrorismo na região e no mundo. O Irã vai receber um caminho certo para as armas nucleares."
Miri Regev, ministra da Cultura e dos Esportes de Israel, disse que o acordo é "ruim para o mundo livre e para a humanidade", segundo a agência de notícias AP. Outro ministro teria dito que o acordo dá ao país "licença para matar".
A vice-ministra do Exterior de Israel, Tzipi Hotovely, por sua vez, disse no Twitter que o acordo com o Irã é "uma capitulação de proporções históricas do Ocidente ao eixo do mal liderado pelo Irã". Ela afirmou que Israel agiria "com todos os meios possíveis para tentar impedir que o acordo seja ratificado", sugerindo que o país pode tentar usar sua influência para barrar o acordo no Congresso dos EUA.
Israel tem liderado esforços para bloquear um acordo que retirasse as sanções impostas ao Irã. No passado, autoridades iranianas ameaçaram repetidamente destruir Israel, e o Irã também apoiou grupos de combate que atacaram Israel.
O acordo desta terça-feira foi alcançado entre Irã e o chamado grupo P5+1 – composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha – e prevê a suspensão de sanções impostas por Estados Unidos e União Europeia ao Irã em troca de restrições de longo prazo no programa nuclear iraniano. Estão previstas inspeções criteriosas e permanentes das Nações Unidas no país.
Diplomatas afirmam, no entanto, que o embargo da ONU ao comércio de armas continuará em vigor por mais cinco anos. Um embargo semelhante, referente à transferência de tecnologia de mísseis balísticos, continuará em vigor por mais oito anos. Os dois embargos podem acabar mais cedo se a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmar que o Irã não está produzindo armas nucleares.
MP/rtr/afp/ap/lusa