Retirada do Afeganistão
15 de dezembro de 2011O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, declarou nesta quinta-feira (15/12) que não haverá vácuo de poder no Afeganistão após a saída das forças ocidentais, abandonando os afegãos e dando espaço para que o terrorismo prospere novamente. Enquanto a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) planeja encerrar sua missão no país em 2014, a Alemanha pretende começar a retirar suas tropas já no início de 2012.
Atualmente, 5.350 soldados alemães estão autorizados a servir nas forças da Otan. Tal número deverá ser reduzido para 4.900 no final de janeiro próximo e para 4.400 no início de 2013. "Nossa missão não perdeu importância. Trata-se de banir a ameaça de morte sobre o nosso país", considera Westerwelle.
O parlamento alemão precisa reautorizar tais medidas a cada ano. A votação sobre o próximo mandato será realizada em 26 de janeiro de 2012. Como os Estados Unidos definirão seus próximos planos de retirada de tropas apenas em abril, a Alemanha ainda não pode determinar metas para o segundo semestre do ano que vem.
Momento decisivo
"O Afeganistão está melhor do que há um ano e muito melhor que há dez anos", ponderou Westerwelle. O ministro aponta 2011, ano em que a guerra afegã completou uma década, como decisivo para a política internacional do país. Isso é em parte resultado do trabalho de diplomatas e soldados alemães, destaca o político.
A entrega da responsabilidade pela segurança do país ao governo afegão teve início em julho deste ano. "O início da transição é um sucesso, apesar de difíceis obstáculos", considera Westerwelle.
O ministro declarou ainda que não haverá uma solução militar, mas sim, política. Por isso, a Alemanha apoiou o caminho da reconciliação e as negociações com o movimento talibã.
Durante uma conferência sobre o Afeganistão em Bonn, na Alemanha, na última semana, a comunidade internacional também garantiu apoio ao país, mesmo após a retirada das tropas ocidentais em 2014. "Não abandonaremos o povo afegão", reiterou Westerwelle.
"Os resultados do trabalho de cooperação para o desenvolvimento se deixam medir mais em décadas do que em anos", acrescentou o ministro. O governo alemão envia ao Afeganistão 430 milhões de euros a título de financiamento do desenvolvimento a cada ano. Em contrapartida, os afegãos teriam de se esforçar mais por um bom governo do que fizeram até o momento.
LPF/dpa/afp/dapd/dw
Revisão: Roselaine Wandscheer