Missões armadas
30 de junho de 2008
O Exército alemão assume nesta segunda-feira (30/06) o comando da Força de Reação Rápida (RRF) no Afeganistão, substituindo a Noruega, que desempenhou essa função por dois anos. Esta é a primeira vez que a Alemanha envia uma tropa de combate ao Afeganistão.
Mesmo que às vezes soe diferente na opinião pública, todos os soldados alemães enviados para missões no exterior podem combater, em regra. Eles portam armas e podem atirar para se autodefender.
"Assistência técnica com garras"
Até então, os soldados alemães estacionados no norte do Afeganistão só tinham trabalhado na reconstrução da região. Há quem se refira a essa missão pejorativamente como "assistência técnica com garras".
Já a Força de Reação Rápida (RRF, Rapid Reaction Force) é um batalhão de combate. Com 200 soldados alemães, ela dispõe de armas pesadas, carros blindados e tanques de guerra. No Exército alemão, costuma-se chamá-la de "corpo de bombeiros para casos de emergência".
Junto com soldados afegãos, essa tropa tem a função de localizar e prender rebeldes, atacar posições dos Talibãs e fazê-los recuar. Outra tarefa é a de libertar soldados aprisionados pelos rebeldes.
Assim como os demais 3,5 mil soldados alemães estacionados no Afeganistão, a Força de Reação Rápida só atuará no norte do país, relativamente tranqüilo em comparação com o sul. Mas, em caso de emergência, ela também poderá ser enviada para áreas mais conflituosas.
Situação real não é manobra de treinamento
De acordo com um relatório recém-divulgado pela Secretaria da Defesa dos EUA, os rebeldes afegãos estão tentando ocupar áreas até então relativamente calmas, inclusive no norte do país.
Na avaliação do general-de-brigada Dieter Dammjacob, chefe do comando regional do norte, a ameaça na região é relativa. No entanto, a Força de Reação Rápida age de acordo com as necessidades da região. Isso implica a responsabilidade de viabilizar o rápido deslocamento para onde a tropa tiver que se mobilizar. Patrulhas, operações de cobertura militar, escolta de comboios e evacuações também fazem parte das atribuições dos soldados.
Para os soldados alemães, a tarefa será um desafio: "Há uma grande diferença entre passar por cima de uma mina de plástico durante uma manobra e uma operação em espaço real com explosivos de verdade. Uma coisa é manobra, outra coisa é situação concreta", explicou o major Hans Lothas Domröse.
Ao assumir o comando da Força de Reação Rápida, a Alemanha volta a ampliar sua presença no Afeganistão. Um próximo passo nesse sentido já está planejado. Se o Parlamento em Berlim der o seu aval, no segundo semestre deste ano, o contingente máximo de soldados alemães estacionados no Afeganistão aumentará de 3,5 mil para 4,5 mil.